Ribeirão Preto, Quinta-feira, 20 de Novembro de 2008

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MENOR INFRATOR

Sem acordo com Estado, São Carlos encerra semiliberdade

DA FOLHA RIBEIRÃO

O atendimento de semiliberdade a adolescentes infratores em São Carlos foi encerrado nesta semana por falta de acordo entre o Estado e os Salesianos, entidade ligada à Igreja Católica que administrava a medida socioeducativa na cidade. O atendimento em São Carlos, que existe há oito anos e funciona em uma chácara, foi pioneiro no interior.
Em março deste ano, o monitor Artur Carlos de Lima, 38 anos, foi morto na chácara com três tiros. O acusado do homicídio era um interno de 16 anos. Ele disse que atirou porque Lima o repreendeu.
Os 12 garotos que ainda estavam sendo atendidos voltaram para suas casas no início do mês. Os padres salesianos não quiseram renovar o contrato diante de novas exigências da Fundação Casa (ex-Febem).
A Fundação quer assumir a gestão da chácara e colocar mais funcionários, voltados à segurança. Os religiosos alegam que as mudanças desvirtuariam o modelo pedagógico. Diante do impasse, o prefeito Newton Lima (PT) pediu uma audiência com o governador José Serra para buscar uma solução.
A semiliberdade é uma medida intermediária entre a internação e o meio aberto. De dia, o jovem estuda e participa de cursos; à noite, precisa dormir na unidade.
O contrato terminou oficialmente no último dia 8. O diretor dos Salesianos, padre Agnaldo Soares Lima, disse que sugeriu uma alternativa: aceitariam um ou dois funcionários do Estado, mas manteriam a direção. O órgão não aceitou. "Por oito anos, adotamos um trabalho elogiado pelo Estado. A proposta deles é muito na linha da segurança. A nossa segue mais a linha pedagógica."
A fundação, via assessoria de imprensa, disse que passou a adotar só gestão plena ou compartilhada porque é o Estado quem deve garantir a segurança dos menores.


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