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MENOR INFRATOR
Sem acordo com Estado, São Carlos encerra semiliberdade
DA FOLHA RIBEIRÃO
O atendimento de semiliberdade a adolescentes infratores em São Carlos foi
encerrado nesta semana por
falta de acordo entre o Estado e os Salesianos, entidade
ligada à Igreja Católica que
administrava a medida socioeducativa na cidade. O
atendimento em São Carlos,
que existe há oito anos e funciona em uma chácara, foi
pioneiro no interior.
Em março deste ano, o
monitor Artur Carlos de Lima, 38 anos, foi morto na
chácara com três tiros. O
acusado do homicídio era
um interno de 16 anos. Ele
disse que atirou porque Lima
o repreendeu.
Os 12 garotos que ainda estavam sendo atendidos voltaram para suas casas no início do mês. Os padres salesianos não quiseram renovar
o contrato diante de novas
exigências da Fundação Casa
(ex-Febem).
A Fundação quer assumir
a gestão da chácara e colocar
mais funcionários, voltados à
segurança. Os religiosos alegam que as mudanças desvirtuariam o modelo pedagógico. Diante do impasse, o prefeito Newton Lima (PT) pediu uma audiência com o governador José Serra para
buscar uma solução.
A semiliberdade é uma
medida intermediária entre
a internação e o meio aberto.
De dia, o jovem estuda e participa de cursos; à noite, precisa dormir na unidade.
O contrato terminou oficialmente no último dia 8. O
diretor dos Salesianos, padre
Agnaldo Soares Lima, disse
que sugeriu uma alternativa:
aceitariam um ou dois funcionários do Estado, mas
manteriam a direção. O órgão não aceitou. "Por oito
anos, adotamos um trabalho
elogiado pelo Estado. A proposta deles é muito na linha
da segurança. A nossa segue
mais a linha pedagógica."
A fundação, via assessoria
de imprensa, disse que passou a adotar só gestão plena
ou compartilhada porque é o
Estado quem deve garantir a
segurança dos menores.
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