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VIOLÊNCIA
Exame feito em acusado de matar oito crianças do interior de São Paulo fica pronto em 15 dias
Polícia de Franca pede exame de DNA
RODRIGO GARAVINI
free-lance para a Folha Ribeirão
A Polícia Civil de Franca pediu
ontem a realização de um exame
de DNA do engraxador Laerte Patrocínio Orpinelli.
Ele é acusado de ter matado a
garota Jéssica Alves Martins, 9, no
ano passado, e outras dez crianças
no interior de São Paulo -entre
as cidades estão Rio Claro, Franca, São Carlos, Araraquara e
Monte Alto.
De acordo com a polícia, o corpo da garota foi achado em Franca, onde ela havia desaparecido, e
a perícia técnica encontrou sêmen em seu corpo. Por meio de
um exame de sangue, será feito
um mapeamento genético que
poderá provar ou não se Orpinelli
foi o autor do crime.
A amostra do sangue do acusado foi colhida terça-feira e encaminhada ao IC (Instituto de Criminalística) de São Paulo que tomará as providências. O exame
deverá ficar pronto em 15 dias.
O delegado de Monte Alto Antônio Carlos Barros de Melo está
aguardando o término das investigações em Rio Claro, onde o
acusado está detido, para ouvi-lo
e fazer a reconstituição do crime.
"Espero conseguir uma confissão formal de Orpinelli no início
da semana que vem, quando provavelmente terminará as investigações em Rio Claro", disse.
Drama
Para a dona-de-casa Maria de
Lourdes da Silva, tia de Edson da
Silva Carvalho, 11, encontrado
morto numa casa abandonada
em Monte Alto, em 1998, Orpinelli provavelmente é o autor do crime. "Quando mostramos a foto
do Edson para ele, sua reação foi
muito estranha. Ele começou a
bater e empurrar a foto, negando
que tenha sido o autor do crime",
comentou Lourdes. "Acredito
que esse tipo de reação seja típica
de quem realmente cometeu o
crime", disse.
A tia do garoto garante que a
morte de Edson será um trauma
insuperável. "Ele ficou cinco dias
desaparecido e todos procurávamos desesperadamente por ele. O
criminoso jogou o corpo do meu
sobrinho justamente numa casa
abandonada, na frente da minha
residência", relatou.
Lourdes conta que algumas
crianças viram o corpo do garoto
na casa e lhe contaram. "Fui ver e
encontrei meu sobrinho morto.
Foi horrível. Nós o procuramos
tanto e nem imaginava que ele estava tão perto de mim", afirmou.
Segundo a delegada de Rio Claro Sueli Isler Batelochi, há suspeita de que Orpinelli tenha cometido mais de um crime em São Carlos. "Não há nada oficial, mas serão feitas investigações para concluir se houve mais crimes em São
Carlos."
A polícia de São Carlos disse, no
entanto, que apenas um caso está
sendo apurado na cidade.
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