Ribeirão Preto, Sexta-feira, 21 de Janeiro de 2000


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VIOLÊNCIA
Exame feito em acusado de matar oito crianças do interior de São Paulo fica pronto em 15 dias
Polícia de Franca pede exame de DNA


RODRIGO GARAVINI
free-lance para a Folha Ribeirão

A Polícia Civil de Franca pediu ontem a realização de um exame de DNA do engraxador Laerte Patrocínio Orpinelli.
Ele é acusado de ter matado a garota Jéssica Alves Martins, 9, no ano passado, e outras dez crianças no interior de São Paulo -entre as cidades estão Rio Claro, Franca, São Carlos, Araraquara e Monte Alto.
De acordo com a polícia, o corpo da garota foi achado em Franca, onde ela havia desaparecido, e a perícia técnica encontrou sêmen em seu corpo. Por meio de um exame de sangue, será feito um mapeamento genético que poderá provar ou não se Orpinelli foi o autor do crime.
A amostra do sangue do acusado foi colhida terça-feira e encaminhada ao IC (Instituto de Criminalística) de São Paulo que tomará as providências. O exame deverá ficar pronto em 15 dias.
O delegado de Monte Alto Antônio Carlos Barros de Melo está aguardando o término das investigações em Rio Claro, onde o acusado está detido, para ouvi-lo e fazer a reconstituição do crime.
"Espero conseguir uma confissão formal de Orpinelli no início da semana que vem, quando provavelmente terminará as investigações em Rio Claro", disse.

Drama
Para a dona-de-casa Maria de Lourdes da Silva, tia de Edson da Silva Carvalho, 11, encontrado morto numa casa abandonada em Monte Alto, em 1998, Orpinelli provavelmente é o autor do crime. "Quando mostramos a foto do Edson para ele, sua reação foi muito estranha. Ele começou a bater e empurrar a foto, negando que tenha sido o autor do crime", comentou Lourdes. "Acredito que esse tipo de reação seja típica de quem realmente cometeu o crime", disse.
A tia do garoto garante que a morte de Edson será um trauma insuperável. "Ele ficou cinco dias desaparecido e todos procurávamos desesperadamente por ele. O criminoso jogou o corpo do meu sobrinho justamente numa casa abandonada, na frente da minha residência", relatou.
Lourdes conta que algumas crianças viram o corpo do garoto na casa e lhe contaram. "Fui ver e encontrei meu sobrinho morto. Foi horrível. Nós o procuramos tanto e nem imaginava que ele estava tão perto de mim", afirmou.
Segundo a delegada de Rio Claro Sueli Isler Batelochi, há suspeita de que Orpinelli tenha cometido mais de um crime em São Carlos. "Não há nada oficial, mas serão feitas investigações para concluir se houve mais crimes em São Carlos."
A polícia de São Carlos disse, no entanto, que apenas um caso está sendo apurado na cidade.


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