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Região cria 22 mil empregos em 2009
Ribeirão Preto amealha 8.883 novos empregos, enquanto Sertãozinho apresenta perda de 2.442 postos de trabalho
Em Sertãozinho, segundo o Ciesp, a redução nos investimentos do setor canavieiro, devido à crise, levou à perda de vagas
JEAN DE SOUZA
DA FOLHA RIBEIRÃO
A região encerrou 2009 com
22.115 novos empregos com
carteira assinada criados, desempenho superior ao do ano
anterior, mas abaixo do obtido
em 2007, ano que antecedeu a
crise na economia global.
Em 2008, foram geradas
20.672 vagas, ante as 35.179 do
ano anterior. Os dados abrangem 53 municípios da região de
Ribeirão com dados disponibilizados pelo Caged (Cadastro
Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do
Trabalho e Emprego.
Nas dez cidades mais populosas da região, os dados do ministério mostram que elas tiveram saldo positivo de 16.136
empregos, o que representa
72% do total da região.
Ribeirão fechou o ano com
saldo de 8.883 empregos, o
maior total, enquanto Sertãozinho teve o pior desempenho,
com 2.442 postos fechados.
Para o diretor do Instituto de
Pesquisas da ACI-RP (Associação Comercial e Industrial de
Ribeirão Preto), Antônio Vicente Golfeto, Ribeirão se beneficiou por ter a geração de
empregos concentrada no comércio e no setor de serviços.
Cidades com vocação industrial, como Sertãozinho, por
outro lado, sofreram diretamente os efeitos da crise, por
isso tiveram pior desempenho
na criação de empregos. "Comércio e serviços são os últimos setores a entrar numa crise e os primeiros a sair. Já setores que dependem do mercado
externo e de crédito foram mais
prejudicados, principalmente
no início do ano."
Nas dez maiores cidades da
região, a indústria perdeu 829
postos de trabalho. Em Sertãozinho ocorreu o maior número
de cortes -2.726.
Segundo o diretor regional
do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de
Sertãozinho, Adézio Marques,
o freio nos investimentos do setor sucroalcooleiro, por causa
da crise, levou ao enxugamento
do pessoal na indústria.
Na contramão dessa tendência, o comércio, nas dez maiores localidades, abriu 6.400
postos, enquanto o setor de serviços fechou o ano com saldo de
7.857 vagas. Os dois representam segmentos, de acordo com
Golfeto, ligados ao mercado interno, que atravessou a crise
sem solavancos.
Segundo Rudinei Toneto Júnior, docente da FEA-RP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto), os números
mostram que a economia teve
bom desempenho. "Para gerar
emprego tem que ter crescimento econômico. Enquanto
não cresce nada, há ganho de
produtividade, mas não distribuição de novas vagas."
A crediarista Zenilda Maria
da Silva, 23, apostou nesse dinamismo da economia regional
e obteve um dos 22.115 postos
criados. "Achei que ia ser mais
difícil arranjar um emprego,
mas foi rápido, mais fácil que
lá". "Lá" é Teotônio Vilela (AL),
de onde veio há três meses com
o marido, que estava desempregado e agora trabalha como
vigilante em Ribeirão. "Decidimos tentar melhorar de vida e
deu certo", disse.
Já em dezembro a região perdeu 53.533 vagas -21.581 nas
dez maiores cidades. Para especialistas, a situação é normal, já
que parte da agropecuária e das
indústrias param as atividades.
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