Ribeirão Preto, Quinta-feira, 21 de Janeiro de 2010

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Região cria 22 mil empregos em 2009

Ribeirão Preto amealha 8.883 novos empregos, enquanto Sertãozinho apresenta perda de 2.442 postos de trabalho

Em Sertãozinho, segundo o Ciesp, a redução nos investimentos do setor canavieiro, devido à crise, levou à perda de vagas

JEAN DE SOUZA
DA FOLHA RIBEIRÃO

A região encerrou 2009 com 22.115 novos empregos com carteira assinada criados, desempenho superior ao do ano anterior, mas abaixo do obtido em 2007, ano que antecedeu a crise na economia global.
Em 2008, foram geradas 20.672 vagas, ante as 35.179 do ano anterior. Os dados abrangem 53 municípios da região de Ribeirão com dados disponibilizados pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho e Emprego.
Nas dez cidades mais populosas da região, os dados do ministério mostram que elas tiveram saldo positivo de 16.136 empregos, o que representa 72% do total da região.
Ribeirão fechou o ano com saldo de 8.883 empregos, o maior total, enquanto Sertãozinho teve o pior desempenho, com 2.442 postos fechados.
Para o diretor do Instituto de Pesquisas da ACI-RP (Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto), Antônio Vicente Golfeto, Ribeirão se beneficiou por ter a geração de empregos concentrada no comércio e no setor de serviços.
Cidades com vocação industrial, como Sertãozinho, por outro lado, sofreram diretamente os efeitos da crise, por isso tiveram pior desempenho na criação de empregos. "Comércio e serviços são os últimos setores a entrar numa crise e os primeiros a sair. Já setores que dependem do mercado externo e de crédito foram mais prejudicados, principalmente no início do ano."
Nas dez maiores cidades da região, a indústria perdeu 829 postos de trabalho. Em Sertãozinho ocorreu o maior número de cortes -2.726.
Segundo o diretor regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de Sertãozinho, Adézio Marques, o freio nos investimentos do setor sucroalcooleiro, por causa da crise, levou ao enxugamento do pessoal na indústria.
Na contramão dessa tendência, o comércio, nas dez maiores localidades, abriu 6.400 postos, enquanto o setor de serviços fechou o ano com saldo de 7.857 vagas. Os dois representam segmentos, de acordo com Golfeto, ligados ao mercado interno, que atravessou a crise sem solavancos.
Segundo Rudinei Toneto Júnior, docente da FEA-RP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto), os números mostram que a economia teve bom desempenho. "Para gerar emprego tem que ter crescimento econômico. Enquanto não cresce nada, há ganho de produtividade, mas não distribuição de novas vagas."
A crediarista Zenilda Maria da Silva, 23, apostou nesse dinamismo da economia regional e obteve um dos 22.115 postos criados. "Achei que ia ser mais difícil arranjar um emprego, mas foi rápido, mais fácil que lá". "Lá" é Teotônio Vilela (AL), de onde veio há três meses com o marido, que estava desempregado e agora trabalha como vigilante em Ribeirão. "Decidimos tentar melhorar de vida e deu certo", disse.
Já em dezembro a região perdeu 53.533 vagas -21.581 nas dez maiores cidades. Para especialistas, a situação é normal, já que parte da agropecuária e das indústrias param as atividades.


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