|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Importação de etanol é defendida pelo setor
Discussão não vinha a público por causa de resistência, afirma usineiro
Unica -entidade das usinas- nega que existam planos de importação, defendida por usineiro e especialista da USP
DA FOLHA RIBEIRÃO
Uma das saídas para a oferta
escassa de etanol no mercado
interno é a importação de etanol de outros países, como o
biocombustível produzido a
partir do milho pelos Estados
Unidos, segundo especialistas
do setor ouvidos pela Folha
Essa hipótese veio a público
anteontem à noite, divulgada
na internet com base em declarações do presidente da Unica
(União da Indústria de Cana-de-Açúcar), Marcus Jank. A
entidade, no entanto, negou
por meio de sua assessoria que
tenha planos de importar etanol ou que negocie tal ação com
membros do governo.
De acordo com o consultor e
empresário Maurilio Biagi Filho, a importação é uma discussão já antiga no setor, mas que
não é trazida à público por enfrentar grande resistência.
"Faz muito tempo que eu defendo a importação. Se queremos transformar o etanol em
comomoditie, temos que negociar com todo mundo, não podemos querer só vender", afirmou o empresário.
Membro do CDES (Conselho
de Desenvolvimento Econômico e Social), do governo Lula,
Biagi Filho disse que a discussão sobre eventual diminuição
da tarifa de importação do etanol já está sendo discutida no
governo federal.
Ele disse já ter defendido,
diante de empresários, uma
negociação "governo-governo"
-entre Brasil e Estados Unidos- para a importação de
quantidade de etanol para suprir a falta temporária do combustível no mercado interno.
Para o professor de estratégia da USP Marcos Fava Neves,
a importação de etanol pode
contribuir para persuadir o governo norte-americano a baixar as tarifas de importação do
álcool brasileiro. "Precisamos
mostrar que vamos vender,
mas também vamos ser compradores quando tivermos problemas", disse.
Os dois especialistas afirmam que, com o preço do etanol da cana-de-açúcar em ascensão, o preço do álcool de milho torna-se uma opção viável
economicamente.
Texto Anterior: Sozinha, Ribeirão gera 40% das vagas da região no ano Próximo Texto: Foco: Móveis velhos, entulho e lixo se acumulam em terrenos baldios em Ribeirão Preto Índice
|