Ribeirão Preto, Quinta, 21 de janeiro de 1999

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TRANSPORTE
Eles estão insatisfeitos com os perueiros da cidade
Motoristas e cobradores de Araraquara ameaçam protestar

da Folha Ribeirão

Os motoristas e cobradores que trabalham no transporte coletivo de Araraquara decidiram, em uma assembléia realizada anteontem, paralisar suas atividades na próxima terça-feira em protesto contra os perueiros que pretendem começar a trabalhar na cidade.
Eles justificaram a decisão dizendo que a entrada de peruas no transporte coletivo irá diminuir ainda mais os empregos para funcionários das empresas de ônibus.
Cerca de 15 peruas foram adquiridas há um mês por pessoas que ficaram desempregadas e que esperam por um aval da prefeitura para começar a operar.
"Queremos pressionar o poder público a fazer uma fiscalização rígida contra os perueiros, que estão irregulares", disse Amador Bandeira, presidente do Sindicato do Transporte Rodoviário Urbano de Araraquara.
Segundo ele, existem na cidade cerca de 400 pessoas, entre motoristas e cobradores, que trabalham para as empresas CTA (Companhia Trólebus de Araraquara) e Companhia Parati, que atuam no transporte urbano da cidade.
"As empresas já realizaram cortes no ano passado e, com a entrada dos perueiros, terão de fazer mais ainda. Com isso, elas poderão tirar benefícios da população, como o meio passe para estudantes e passagem grátis para aposentados."
A data da paralisação poderá ser adiantada ou adiada, segundo Bandeira, dependendo da reação dos perueiros.
A Prefeitura de Araraquara já definiu que não irá permitir a atuação dos perueiros. A decisão foi tomada em conjunto com a CTA.
O diretor técnico da CTA, Geraldo Lopes, não quis falar sobre a possibilidade de paralisação dos funcionários.
Segundo o perueiro Antonio de Azevedo Neto, existe uma indefinição quanto ao início da atuação. "Esperamos estar legalizados para trabalhar", disse.
O vereador Edinho Silva (PT) encaminhará um projeto à Câmara para regularizar a situação dos perueiros e definir a tarifa cobrada.



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