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ADMINISTRAÇÃO
Em reunião com o sindicato, prefeito descarta demissões; Câmara, servidores e técnicos farão propostas
Jábali forma comissão para definir corte
CRISTIANE BARÃO
da Folha Ribeirão
O prefeito de Ribeirão Preto,
Luiz Roberto Jábali (PSDB), resolveu formar uma comissão tripartite com técnicos da prefeitura e representantes da Câmara e do Sindicato dos Servidores para estudar
medidas de redução de despesas.
A formação da comissão foi definida ontem, na segunda reunião
do sindicato com o prefeito. A comissão deve se reunir hoje para a
apresentação de propostas.
Durante a reunião, Jábali descartou demissões como forma de enxugar os gastos com a folha de pagamento. Balanços da prefeitura
demonstram que os servidores
comprometem mais de 80% da arrecadação própria de Ribeirão.
Pela Lei Camata, que estabelece o
limite de 60% de gastos com a folha de pagamento, a prefeitura terá
de cortar 20% dos gastos. Segundo
o secretário da Administração, Armando Scozzafave, a prefeitura terá de cortar R$ 2 milhões por mês.
A proposta inicial da administração era reduzir a jornada de trabalho e os salários dos servidores.
Segundo a prefeitura, o expediente seria diminuído de oito para seis horas e os vencimentos seriam reduzidos proporcionalmente. O sindicato é contra a proposta.
Segundo Scozzafave, a prefeitura
também estuda a redução de prêmios e gratificações que são incorporadas ao salário-base dos 8.500
servidores. Essas bonificações, segundo o secretário da administração, são responsáveis por 40% dos
gastos com a folha de pagamento,
que chega a R$ 10 milhões.
Já o sindicato propõe o corte de
cargos comissionados para reduzir as despesas.
Balancetes paralelos
A Prefeitura de Ribeirão Preto
divulgou dois balancetes com a
movimentação contábil da administração, com valores diferentes.
Um deles foi publicado no "Diário
Oficial" e outro distribuído pelo
prefeito ao sindicato durante a primeira reunião para a negociação
de corte de despesa.
Os balancetes apresentam diferenças nas receitas correntes e nos
gastos com o funcionalismo. Em
um deles, publicado no "Diário
Oficial", os gastos com o funcionalismo até novembro do ano passado representavam 73,36% e as receitas correntes (oriundas de impostos) somavam R$ 278 milhões.
Já em outro balancete, distribuído
ao sindicato pela prefeitura, as receitas chegavam a R$ 242,9 milhões e os gastos com funcionalismo ultrapassavam 80%.
Segundo o secretário-geral do
sindicato, Camilo Brás Borsoni, a
intenção da prefeitura é forçar os
gastos com funcionalismo para facilitar a negociação da redução de
despesas. A Folha tentou falar com
o prefeito e com o secretário da Fazenda, Antonio Sivaldi Roberti, até
o fechamento desta edição, sem
sucesso.
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