Ribeirão Preto, Quinta, 21 de janeiro de 1999

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ADMINISTRAÇÃO
Em reunião com o sindicato, prefeito descarta demissões; Câmara, servidores e técnicos farão propostas
Jábali forma comissão para definir corte

CRISTIANE BARÃO
da Folha Ribeirão

O prefeito de Ribeirão Preto, Luiz Roberto Jábali (PSDB), resolveu formar uma comissão tripartite com técnicos da prefeitura e representantes da Câmara e do Sindicato dos Servidores para estudar medidas de redução de despesas.
A formação da comissão foi definida ontem, na segunda reunião do sindicato com o prefeito. A comissão deve se reunir hoje para a apresentação de propostas.
Durante a reunião, Jábali descartou demissões como forma de enxugar os gastos com a folha de pagamento. Balanços da prefeitura demonstram que os servidores comprometem mais de 80% da arrecadação própria de Ribeirão.
Pela Lei Camata, que estabelece o limite de 60% de gastos com a folha de pagamento, a prefeitura terá de cortar 20% dos gastos. Segundo o secretário da Administração, Armando Scozzafave, a prefeitura terá de cortar R$ 2 milhões por mês.
A proposta inicial da administração era reduzir a jornada de trabalho e os salários dos servidores.
Segundo a prefeitura, o expediente seria diminuído de oito para seis horas e os vencimentos seriam reduzidos proporcionalmente. O sindicato é contra a proposta.
Segundo Scozzafave, a prefeitura também estuda a redução de prêmios e gratificações que são incorporadas ao salário-base dos 8.500 servidores. Essas bonificações, segundo o secretário da administração, são responsáveis por 40% dos gastos com a folha de pagamento, que chega a R$ 10 milhões.
Já o sindicato propõe o corte de cargos comissionados para reduzir as despesas.

Balancetes paralelos
A Prefeitura de Ribeirão Preto divulgou dois balancetes com a movimentação contábil da administração, com valores diferentes. Um deles foi publicado no "Diário Oficial" e outro distribuído pelo prefeito ao sindicato durante a primeira reunião para a negociação de corte de despesa.
Os balancetes apresentam diferenças nas receitas correntes e nos gastos com o funcionalismo. Em um deles, publicado no "Diário Oficial", os gastos com o funcionalismo até novembro do ano passado representavam 73,36% e as receitas correntes (oriundas de impostos) somavam R$ 278 milhões. Já em outro balancete, distribuído ao sindicato pela prefeitura, as receitas chegavam a R$ 242,9 milhões e os gastos com funcionalismo ultrapassavam 80%.
Segundo o secretário-geral do sindicato, Camilo Brás Borsoni, a intenção da prefeitura é forçar os gastos com funcionalismo para facilitar a negociação da redução de despesas. A Folha tentou falar com o prefeito e com o secretário da Fazenda, Antonio Sivaldi Roberti, até o fechamento desta edição, sem sucesso.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.