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ECONOMIA
Cidade é uma das mais afetadas da região pelo desemprego e já começa a ter aumento de criminalidade
Demissões "jogam' Matão na crise
CRISTIANE BARÃO
enviada especial a Matão
Com a economia baseada na indústria e no serviço público, Matão
é hoje um dos principais focos de
crise da região e passa por um período de demissões em massa nas
metalúrgicas e na prefeitura.
A consequência imediata é o
crescimento do índice de criminalidade na cidade.
Em janeiro o prefeito Adauto
Scardoelli (PT) anunciou o corte
de benefícios como cesta básica e
convênio médico dos 1.196 servidores e ameaçou demitir até 140. O
setor de metalurgia dispensou no
ano passado 500 funcionários e
acena com uma nova dispensa, de
pelo menos 180 trabalhadores.
Segundo levantamento do Sindicato dos Metalúrgicos, em dezembro de 97 o setor empregava 4.600
trabalhadores. Doze meses depois,
apenas 3.100 permaneciam.
"Essa é a pior crise na história e
não há expectativa de melhora. As
empresas estão se informatizando
e extinguindo vagas", disse Aparecido Ferrari, presidente do sindicato.
Devido ao aumento do desemprego, os índices de violência, como furtos, roubos e homicídios,
aumentaram. Em 97 houve 2 homicídios e no ano passado, 8. Para
o delegado Alfredo Gagliano Júnior, a perspectiva para este ano é
que os crimes aumentem mais .
Há 20 dias a Marchesan Implementos Agrícolas afastou 180 dos
1.600 funcionários e afirmou que
demitiria caso o sindicato não
aprovasse a implantação de um
banco de horas. Depois da ameaça
da categoria de paralisar a produção, a empresa convocou os afastados, mas não descarta demissões.
A Baldan Implementos Agrícolas
demitiu cerca de 180 funcionários
em setembro do ano passado. Já a
metalúrgica Bambozzi reduziu a
jornada de trabalho em um dia para não ter de demitir.
As empresas alegam queda nas
vendas, mas há expectativa de retomada da produção.
De acordo com o Ciesp (Centro
das Indústrias do Estado de São
Paulo), as metalúrgicas terminaram 98 com 65% do número de
trabalhadores que tinham em 98.
De dezembro de 97 ao mesmo
mês do ano passado, houve uma
diminuição de 14% no número de
empregos, percentualmente quase
a metade das dispensas dos sete
anos anteriores.
No serviço público, os dois últimos anos registraram a dispensa
de cerca de 200 servidores. Outras
140 vagas devem ser fechadas se o
sindicato da categoria não aceitar
trabalhar uma hora a menos por
dia e reduzir o salário em 25%.
"Tenho que manter a estrutura
funcionando e cumprir a lei. Se
não houver redução, não vou ter
como pagar os funcionários dentro de três meses", disse o prefeito.
Em virtude da crise, a prefeitura
está tendo dificuldades de fazer repasses para entidades públicas, como para o único hospital da cidade. Apenas no mês que vem está
prevista a formação de uma frente
de trabalho para limpeza de praças
e ruas.
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