Ribeirão Preto, Segunda-feira, 21 de Março de 2011

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Vendas caem e Franca mira novo mercado

Combinação entre dólar baixo, falta de incentivo e concorrência externa faz vendas do polo caírem 14,6%

Em 2011, polo francano registra crescimento nas exportações para países como França, Arábia Saudita e Rússia

Silva Junior/Folhapress
Funcionárias trabalham em linha de produção de sapatos da Albanese, de Franca, que planeja vender mais para a China

HÉLIA ARAUJO
DE RIBEIRÃO PRETO

A valorização cambial, a concorrência internacional e a falta, segundo o setor, de uma política de incentivos fizeram com que as exportações de calçados de Franca tivessem queda no total de pares vendidos, no valor recebido e no preço médio do par.
Com isso, as fábricas se viram obrigadas a buscar novos mercados, mas nem isso é visto como a solução, segundo empresários.
As exportações caíram 14,6% em janeiro deste ano, em relação ao mesmo período de 2010, totalizando 165.230 mil pares, enquanto a receita com as vendas ao exterior somaram US$ 4,227 milhões no período, -18% em relação ao ano passado. O preço médio do par caiu 3,96% e chegou a US$ 25,59.
De acordo com o presidente do Sindifranca (Sindicato da Indústria de Calçados de Franca), José Carlos Brigagão do Couto, o baixo valor do dólar, que fechou a sexta-feira cotado a R$ 1,67, explica a queda no mês de janeiro.
Ele questiona o que considera falta de uma política de incentivos governamentais à exportação e afirma que, se não fosse o mercado interno, muitos empresários locais já teriam quebrado.
"Se o mercado interno não estivesse forte como agora, com certeza a situação estaria ainda mais grave."
Outra questão que afetou o setor foi a expansão dos produtos chineses nos mercados norte e sul-americano.
"Assim, tivemos que procurar novos nichos, onde nosso produto pudesse ser adquirido", afirmou.
Em janeiro houve crescimento nas exportações calçadistas de Franca para a França (9,6%), Arábia Saudita (7,56%) e Rússia (5,06%).
Téti Brigagão, diretor de marketing da Sândalo, disse que a queda no exterior é grave, mesmo com a busca por novos compradores.
Para ele, a competitividade com os países asiáticos e a defasagem da taxa cambial têm afetado gravemente.
A expectativa para este ano, ainda de acordo com o diretor, é focar onde está dando certo, ou seja, no mercado interno, que deve ter alta de 5% a 10% no ano.
O presidente da Opananken, Geraldo Ribeiro Filho, também afirmou acreditar no mercado brasileiro como a melhor opção para o empresariado no momento.
Segundo ele, enquanto o aquecimento do setor não passar pelo mercado americano, as exportações vão continuar sendo uma desvantagem para as empresas.
"Quando falam que as exportações aumentaram em determinados países, na verdade significa que um lugar que não recebia nada agora compra 200 pares nossos. Mas, para mim, isso é insignificante diante daquilo que o cenário exterior já nos proporcionou", afirmou.


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