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Ônibus da Nacional Expresso depois do acidente em Aramina

MARCELO TOLEDO
enviado a Aramina e Ituverava
ANNA REGINA TOMICIOLI
free-lance para a Folha Ribeirão

Um acidente envolvendo um ônibus da viação Nacional Expresso, ocorrido às 4h45 de ontem, matou sete pessoas e deixou outras 19 feridas -5 em estado grave- em Aramina (135 km de Ribeirão Preto).
O acidente aconteceu no km 429 da Anhanguera, a menos de dois quilômetros do local em que 14 pessoas morreram em setembro do ano passado, após o tombamento de um ônibus.
A Polícia Civil vai apurar a possibilidade de o motorista ter dormido ao volante, já que não há marcas de batida nem de freada no local.
O tacógrafo (instrumento que controla a velocidade) foi recolhido pela perícia.
As vítimas fatais foram Cíntia Oliveira Araújo, Luís Carlos Guimarães Ríspoli, Endrigo Busso Zago, Irene Taboada Ramos, Takuji Ueda, Moisés Leréa e Dinamar Rezende Guimarães.
O ônibus, que fazia a linha São Paulo-Uberlândia (MG), bateu na barra de proteção da pista e caiu de uma altura de sete metros em uma rotatória que passa sob a rodovia. O veículo deslizou por cerca de 30 metros.
Os 19 feridos -incluindo uma criança de 4 anos e um bebê de 9 meses- foram internados em hospitais de Ituverava, Franca, Igarapava e Uberlândia (MG). O ônibus havia saído às 22h45 de anteontem de São Paulo.
O veículo tinha 25 passageiros, além do motorista Carlos Andrade Castro, que ficou ferido gravemente. Ontem à noite, 13 ainda estavam internados.
O delegado de Aramina, Wilson Pio, vai instaurar inquérito para apurar as causas do acidente, "O processo vai ser como o do acidente do ano passado", disse.
Em depoimento à polícia, Castro afirmou não se recordar de como tudo aconteceu.
Segundo Valdemar Cesário Filho, irmão de Ângela Mariano, que quebrou a clavícula, a empresa não deu a assistência necessária. A maior parte dos passageiros dormia na hora da batida.
Para a polícia, a pista onde ocorreu o acidente está em bom estado. A concessionária Vianorte, que administra o trecho, informou que entre Ribeirão e Igarapava a rodovia já foi recapeada.
A Folha perguntou à assessoria de imprensa da Nacional Expresso se o ônibus que sofreu o acidente tinha manutenção adequada. A empresa ficou de responder após consulta à empresa, mas não deu resposta até as 19h de ontem.
Em nota divulgada ontem, a Nacional Expresso disse que todos seus veículos têm menos de seis anos de uso.
Segundo a Polícia Rodoviária, em janeiro e fevereiro deste ano foram registrados nas estradas da região 629 acidentes, 84 a mais do que no mesmo período de 99.
Em Morro Agudo, duas pessoas morreram após acidente envolvendo uma motocicleta.

Os mortos de Aramina
Cíntia Oliveira Araújo
Luís Carlos Guimarães Ríspoli
Endrigo Busso Zago
Irene Taboada Ramos
Takuji Ueda
Moisés Leréa
Dinamar Rezende Guimarães