Ribeirão Preto, Sexta-feira, 21 de Maio de 2010

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"Tratado de paz" orientará a ocupação de área onde o aquífero Guarani aflora

DA FOLHA RIBEIRÃO

O Ministério Público Estadual de Ribeirão Preto finalizou um documento em que propõe diretrizes para a preservação da zona leste da cidade, que abriga área onde o aquífero Guarani aflora e funciona como seu principal ponto de recarga.
Considerado um "tratado de paz" para quem quer explorar a ocupação urbana na região e para quem quer "salvar" o reservatório de água, o documento com as propostas de normatização do uso do solo na zona leste só deverá ser divulgado quando for apresentado à Prefeitura de Ribeirão Preto, que também terá responsabilidade de garantir a ocupação sustentável do entorno do aquífero Guarani. Não há prazo para que isso ocorra.
O principal foco dos setores envolvidos nesse movimento é a preservação das condições de permeabilidade da zona leste, de acordo com o promotor do Meio Ambiente de Ribeirão Preto, Marcelo Pedroso Goulart.
"O congelamento da área rural é o ponto básico do documento, se o poder público se negar a acatá-lo, todo o restante ficará prejudicado", afirmou o promotor.
Uma rápida definição é tida pelos ambientalistas como necessária, porque o aquífero perdeu 60 m de profundidade no centro de Ribeirão nos últimos 30 anos, aponta mapeamento feito no ano passado pela Secretaria de Recursos Hídricos, ligada ao Ministério do Meio Ambiente, em parceria com órgãos como o Banco Mundial e a OEA (Organização dos Estados Americanos). Isso ocorre devido ao alto consumo na cidade.
Uma das propostas discutidas foi a de se reduzir em até 35% a região urbanizável na zona leste de Ribeirão Preto.
O objetivo dessa proposta era garantir a existência de áreas permeáveis na região e, ao mesmo tempo, que o Guarani seja reabastecido -é a única fonte de abastecimento utilizada no município.
Já há uma exigência legal da prefeitura de que lotes ocupados na zona leste tenham o índice mais alto de permeabilização do solo (35%), mas ele é considerado baixo por ambientalistas -por causa dos bairros que já existiam antes da exigência.
(ARARIPE CASTILHO)


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