DA FOLHA RIBEIRÃO

Especialistas ouvidos pela Folha aprovam com restrições o serviço de assistencialismo criado pela prefeita de Ribeirão, Dárcy Vera (DEM), no Palácio Rio Branco.
Para André Costa, coordenador do curso de administração de empresas da FEA-RP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão), vinculada à USP, o serviço, chamado de SAM, é positivo para a administração pública enquanto funcionar como um "Poupatempo Social".
"Muitas vezes, as pessoas não sabem nem quais são os tipos de serviço que o poder público oferece. Então, por esse ponto de vista, é positivo. Mas é preciso evitar o fisiologismo e o uso político", disse Costa.
O mesmo tipo de ressalva faz a professora de ciência política da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Araraquara, Maria Teresa Kerbauy.
"Seria como um "Poupatempo" da prefeitura para as questões de nível municipal. Se a prefeitura atende e encaminha para as instituições competentes, é um serviço de orientação cidadã. Mas, muitas vezes, trata-se de uma população carente, que cria laço de fidelidade pessoal com o político, o que pode ser usado como vantagem posteriormente", afirmou a especialista.
Para a vereadora Silvana Resende (PSDB), principal crítica do governo Dárcy na Câmara de Ribeirão Preto, o tipo de serviço prestado no palácio é "perigoso" e pode criar uma relação de dependência entre a população e a figura da prefeita.
"Herdeiros" do assistencialismo oferecido por Dárcy em seu antigo gabinete na Câmara, há, de fato, pessoas que vão à sede da prefeitura somente para tentar "ver" a prefeita.
Foi o que contou à Folha a dona de casa Cleide Teixeira, 50, no último dia 10. "Eu queria vê-la, porque faz muito tempo que não a vejo", disse.
À funcionária do serviço de atendimento, ela pediu primeiro uma cesta básica e roupas de frio. Após receber a orientação, perguntou se poderia falar com Dárcy. Foi orientada a procurar outro programa.

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