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Sem acordo, ônibus deve ter nova licitação
Prefeitura e empresas permissionárias não se entendem e Justiça pode determinar nova concorrência pública em Ribeirão
Serviço é explorado pelas mesmas empresas desde 1999 -em dez anos, não houve licitação; promotor questiona a legalidade
Silva Junior/Folha Imagem
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Ônibus da Turb e da Transcorp, duas das três empresas permissionárias do transporte coletivo de Ribeirão, aguardam no ponto
LUCAS REIS
DA FOLHA RIBEIRÃO
A queda de braço entre a Prefeitura de Ribeirão Preto e as
empresas que operam o transporte coletivo na cidade, que
ganhou novo capítulo na última sexta-feira, deve provocar a
abertura de licitação para o
transporte da cidade -o serviço é explorado sem concorrência pública desde 1999.
Se não entrarem um acordo
-declarações e atitudes dos
dois lados indicam que não haverá acerto-, a Justiça de Ribeirão Preto deve determinar a
abertura de um novo processo
licitatório, segundo o juiz João
Gandini, que irá julgar ação civil pública movida pelo Ministério Público Estadual.
A abertura de uma licitação
permitiria à prefeitura fazer várias exigências no edital. Entre
elas, pode estar a volta dos cobradores, promessa de campanha da prefeita Dárcy Vera
(DEM) e principal reivindicação feita às empresas na última
sexta, durante o anuncio do
reajuste da tarifa de ônibus.
O aumento (4,5%) abaixo da
inflação e a lista de pedidos entregue por Dárcy provocou um
mal-estar entre a Transurb
(Associação das Empresas de
Transporte Coletivo Urbano de
Ribeirão Preto) e a prefeita.
"Aparentemente está difícil
que as partes entrem em acordo", disse o juiz Gandini. "O Ministério Público já sinalizou
que quer uma nova licitação.
Caso não haja acordo, é uma
saída", disse.
No ano passado, o promotor
Sebastião Sérgio da Silveira
moveu uma ação civil pública
questionando a legalidade da
exploração do transporte coletivo na cidade, definida em
1999 pelo então prefeito Luiz
Roberto Jábali, pelo prazo de
14 anos (vence em 2013).
Em março, analisando a ação
do promotor, Gandini concedeu prazo de 60 dias para que a
prefeitura e as permissionárias
entrassem em acordo. Isso arquivaria o processo e permitiria que as empresas continuassem a prestar o serviço. Vencido o prazo, não houve consenso
e o juiz aguarda só um parecer
do Ministério Público para dar
a sentença.
Em nota, a Prefeitura de Ribeirão se limitou a informar
que aguarda decisão judicial
para, se for o caso, abrir nova licitação. Pela manhã, Dárcy disse à Folha que vai esperar a decisão, mas deixou no ar que há
sim uma rusga entre a prefeitura e as empresas.
"Não posso falar nada por
enquanto, mas sabemos que as
empresas não gostaram do reajuste da tarifa. Mas a prefeitura
também não está sendo atendida em suas exigências."
A Transurb informou que está disposta a negociar, mas reafirmou que parte das reivindicações feitas pela prefeita está
distante de se realizar.
"Estamos realizando boa
parte das reivindicações, com
investimentos superiores a R$
12 milhões. Somos abertos a todo tipo de conversa para chegar
a um acordo", disse o presidente da Transurb, Luís Gustavo
Vianna. Apesar disso, ele afirmou que a volta dos cobradores
está totalmente descartada.
A Folha tentou contato com
o promotor Sebastião Sérgio da
Silva, mas até as 19h40 não obteve resposta.
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