Ribeirão Preto, Sábado, 21 de Agosto de 2010

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Estado planeja terceirizar anestesistas

Medida é apontada como uma saída para a falta de profissionais no Hospital Estadual de Américo Brasiliense

Já no HC de Ribeirão, que também registra falta de anestesistas, a terceirização depende de uma análise jurídica


LIGIA SOTRATTI
DE RIBEIRÃO PRETO

Com dificuldade em contratar anestesistas, o Hospital Estadual de Américo Brasiliense deve terceirizar o serviço, medida que também pode ser adotada pelo HC (Hospital das Clínicas) de Ribeirão, que está com falta de profissionais dessa área.
Em vez de abrir concurso, seria aberta uma concorrência para apresentação de propostas de cooperativas e grupos de médicos interessados. O Estado destinaria um determinado valor para um pacote de horas trabalhadas.
Segundo o superintendente do HC de Ribeirão Preto, Milton Laprega, o hospital de Américo está sem anestesistas desde o começo de agosto e tem "emprestado" profissionais do Hospital Estadual de Ribeirão Preto.
A USP assumiu a unidade em agosto e, devido a esse período de transição, todos os anestesistas ligados à Unesp pediram demissão. Para sanar esse problema, a instituição estuda contratar uma empresa terceirizada.
"Provavelmente teremos que fazer uma terceirização, só que para isso é necessário abrir uma licitação. Nesse período, provisoriamente, o pessoal de Ribeirão tem ido para lá", afirmou.
O sistema de terceirização já é usado no Hospital Estadual de Ribeirão Preto e na Mater, segundo Laprega. No HC, depende de análise por haver impedimento jurídico.
"Pensamos em usar esse modelo, mas fomos informados que, como o HC é uma autarquia, a terceirização de atendimentos a pacientes não é permitida", disse.

ALTERNATIVA
Para Laprega, a terceirização seria uma alternativa, já que não é possível aumentar o salário dos profissionais. A empresa contratada teria mais agilidade para repor funcionários e, em caso de descumprimento, é possível aplicar penalidade.
"É possível aplicar multas, por exemplo, se a empresa não atender a algum item do contrato. É uma forma de garantir a qualidade", disse.
Em Ribeirão, médicos têm procurado interessados para concorrer em Américo por salários que, segundo anúncio, podem chegar a R$ 12 mil.
Já o HC tem dificuldade em contratar profissionais efetivos porque o salário de R$ 2.900, para uma jornada de 24 horas semanais, não é atrativo para os médicos.
As oito vagas temporárias abertas pelo HC para 12 horas semanais têm remuneração de R$ 2.900 -o prazo deve ser de seis a 12 meses, prorrogável por igual período.
A solução é emergencial, já que no momento não é possível abrir concurso devido ao período das eleições.
O HC está com cirurgias atrasadas desde julho, quando cerca de 700 agendamentos foram cancelados devido à falta de anestesistas. De acordo com Laprega, as cirurgias canceladas já estão sendo remarcadas.


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