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UFSCar ensina PC a "pensar" como gente
Projeto feito em parceria com instituto de Massachusetts valoriza o senso comum na elaboração de softwares
Dentre os programas pedagógicos, foi criado um tradutor automático que transforma gíria de português para inglês
RODOLFO TIENGO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE RIBEIRÃO PRETO
A UFSCar (Universidade
Federal de São Carlos), em
parceria com o Instituto de
Tecnologia de Massachusetts
(EUA), desenvolve, desde
2005, softwares criados para
pensar como humanos.
Os programas "intuitivos"
são criados com base em um
banco de dados em expansão. O "Open Mind Common
Sense" tem quase 2.000 colaboradores voluntários, que
alimentam o sistema com informações aparentemente irrelevantes para a ciência.
Um dos exemplos "ensinados" ao computador é que a
gíria "bufunfa" tem o mesmo
significado de dinheiro.
O site -www.sensocomum.ufscar.br- pode ser
acessado por qualquer pessoa. Basta que o internauta
se cadastre e responda charadas relacionadas ao cotidiano, sobretudo comportamentos em diferentes situações sugeridas.
Tudo aquilo que vem do
senso comum, ou seja, de
crenças culturais sem embasamento teórico, ajuda os
dez pesquisadores do Laboratório de Ciência da Computação da UFSCar.
Entram para o rol, com
quase 300 mil dados, superstições como "passar por baixo da escada dá azar", crenças e ditos populares ensinados ao computador.
Desse modo, a máquina
adquire certa "inteligência
humana", explica Junia Anacleto, professora do Laboratório de Interação Avançada
da UFSCar, que implantou o
projeto no Brasil. A ideia original foi aplicada nos EUA
pelo professor americano
Henry Lieberman.
"É algo que não se aprende
na escola, mas na comunidade, e é composto por fatos,
crenças, mitos, e nem sempre está correto, mas é a cultura daquele grupo", afirma
Anacleto.
Dentre os oito programas
gratuitos desenvolvidos, há
um messenger, o C2C ou Culture to chat (Cultura para
conversar, em tradução livre). Nele, os usuários podem trocar mensagens em
inglês e português com tradução simultânea de gírias.
O laboratório já criou jogos
educacionais sobre sexualidade, um RPG infantil inspirado no folclore brasileiro,
além do Family Sense, em
que é possível trabalhar, à
distância, problemas emocionais entre pais e filhos.
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