Ribeirão Preto, Domingo, 21 de Novembro de 2010

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UFSCar ensina PC a "pensar" como gente

Projeto feito em parceria com instituto de Massachusetts valoriza o senso comum na elaboração de softwares

Dentre os programas pedagógicos, foi criado um tradutor automático que transforma gíria de português para inglês

RODOLFO TIENGO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE RIBEIRÃO PRETO

A UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), em parceria com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (EUA), desenvolve, desde 2005, softwares criados para pensar como humanos.
Os programas "intuitivos" são criados com base em um banco de dados em expansão. O "Open Mind Common Sense" tem quase 2.000 colaboradores voluntários, que alimentam o sistema com informações aparentemente irrelevantes para a ciência.
Um dos exemplos "ensinados" ao computador é que a gíria "bufunfa" tem o mesmo significado de dinheiro.
O site -www.sensocomum.ufscar.br- pode ser acessado por qualquer pessoa. Basta que o internauta se cadastre e responda charadas relacionadas ao cotidiano, sobretudo comportamentos em diferentes situações sugeridas.
Tudo aquilo que vem do senso comum, ou seja, de crenças culturais sem embasamento teórico, ajuda os dez pesquisadores do Laboratório de Ciência da Computação da UFSCar.
Entram para o rol, com quase 300 mil dados, superstições como "passar por baixo da escada dá azar", crenças e ditos populares ensinados ao computador.
Desse modo, a máquina adquire certa "inteligência humana", explica Junia Anacleto, professora do Laboratório de Interação Avançada da UFSCar, que implantou o projeto no Brasil. A ideia original foi aplicada nos EUA pelo professor americano Henry Lieberman.
"É algo que não se aprende na escola, mas na comunidade, e é composto por fatos, crenças, mitos, e nem sempre está correto, mas é a cultura daquele grupo", afirma Anacleto.
Dentre os oito programas gratuitos desenvolvidos, há um messenger, o C2C ou Culture to chat (Cultura para conversar, em tradução livre). Nele, os usuários podem trocar mensagens em inglês e português com tradução simultânea de gírias.
O laboratório já criou jogos educacionais sobre sexualidade, um RPG infantil inspirado no folclore brasileiro, além do Family Sense, em que é possível trabalhar, à distância, problemas emocionais entre pais e filhos.


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