Ribeirão Preto, Segunda, 22 de fevereiro de 1999

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Criminalidade sobe com crise econômica

da enviada especial

O aumento do desemprego e o agravamento da crise na cidade são apontados como os fatores responsáveis pelo aumento de 300% no número de homicídios nos dois últimos anos em Matão.
De acordo com levantamento da Polícia Militar, em 97 foram registrados dois homicídios. Já no ano passado, esse número subiu para oito. Em 94, aconteceram quatro assassinatos em Matão.
As ocorrências de roubos dobraram de um ano para outro. Em 97 foram 30 roubos, contra 63 do ano passado.
Como roubo, entende-se a subtração de bens sob ameaça de violência. Já o número de furtos -sem violência- praticamente manteve-se estável nos últimos dois anos. Em 97 foram registrados 740 furtos, sete a menos do que no ano passado.
De acordo com o delegado Alfredo Gagliano Júnior, a maior parte dos homicídios está relacionada com o tráfico de drogas. "São, geralmente, acertos de contas."
Segundo ele, as ocorrências que mais têm aumentado são brigas de casal e embriaguez. "Como a situação econômica está difícil, o sujeito bebe, chega em casa e acaba discutindo com a mulher. Esse é o caso mais comum hoje em dia."
Gagliano Júnior afirmou ainda que, por causa da crise, a tendência é que a criminalidade aumente. "Não há grandes perspectivas de melhoras porque não estão sendo criados novos empregos", disse.

Efeito cascata
Para o presidente do Sindicato dos Servidores, Marcos Antonio de Oliveira Santos, as demissões no serviço público municipal acabam afetando todos os setores da economia da cidade.
"Sem dinheiro circulando no mercado, o comércio deixa de vender e as indústrias diminuem ainda mais a produção. Acaba sendo um beco sem saída."
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Matão, Aparecido Ferrari, concorda com Santos.
Segundo Ferrari, os trabalhadores das metalúrgicas que foram demitidos dificilmente serão absorvidos por outros setores.
"Ninguém está contratando nesta época", afirma.



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