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Região queima 873 mil "Maracanãs" de cana
Edson Silva/Folha Imagem
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Colheitadeira da usina Santa Elisa em ação em propriedade rural em Sales Oliveira, na região de Ribeirão
720 mil
Total de hectares colhidos manualmente na safra 2009/10 na região
956 mil
É o total de hectares de cana, na
mesma safra, que teve colheita mecanizada
DA FOLHA RIBEIRÃO
A quatro anos do final do prazo estipulado pelo Protocolo
Agroambiental, que prevê a extinção das queimadas de cana-de-açúcar no Estado, a região
de Ribeirão, mais tradicional
produtora do país, ainda está
longe de cumprir a meta e teve,
na safra 2009/10, área disponível para queima equivalente a
872.968 campos de futebol como o Maracanã (8.250 m2).
Dados da Secretaria de Estado do Meio Ambiente referentes ao fim da safra mostram
que a mecanização na colheita
avançou, mas que ainda há
áreas extensas da cultura com a
necessidade de emprego da
queima. A média de mecanização de São Paulo é de 55,80%,
mas há regiões em que não passa de 45%, como Marília.
A região administrativa que
lidera o ranking é Barretos,
com 61,70%, seguida pela Central (inclui São Carlos e Araraquara), com 61%. Em Ribeirão,
a sexta do ranking, o índice é de
56,60% e em Franca, de 51%.
As áreas colheram 956.106
hectares de forma mecanizada
na última safra, ante 720.199
de forma manual. Desse total,
algumas áreas foram cortadas
sem o emprego do fogo, mas
não há dados disponíveis.
O diretor da Unica (União da
Indústria da Cana-de-Açúcar)
Sérgio Prado disse que o setor
prevê investir US$ 30 bilhões
nos próximos quatro anos em
máquinas e ampliação das fábricas, para acabar com a queima. "As usinas precisam investir porque têm o compromisso
de cumprir o protocolo. É um
investimento que teve queda
na época da crise, mas que continua sendo feito."
O protocolo agroambiental
prevê a extinção da queima da
palha da cana em 2014 em
áreas mecanizáveis e em 2017
para locais não-mecanizáveis.
A adesão é voluntária.
Para o presidente da Usina
Batatais, Bernardo Biagi, o custo elevado da mecanização é
justificado em médio prazo.
"Na comparação do corte mecânico com o manual, o primeiro sai mais barato. Com a tecnologia, as máquinas evoluíram e têm bom desempenho."
A usina tem índice de mecanização de 87% e emprega 360
cortadores de cana. Sem a mecanização, Biagi estima que teria 2.000 boias-frias.
Para o promotor do Meio
Ambiente Marcelo Goulart, o
índice de queima ainda é elevado e o avanço da mecanização é
decorrente da pressão da Promotoria e da sociedade. "Temos centenas de ações pedindo
a redução da queima. Isso é discutido desde a década de 1990 e
está longe da situação ideal."
(LIGIA SOTRATTI e MARCELO TOLEDO)
De 1,67 milhão de hectares plantados, 720 mil ainda são colhidos manualmente; usina diz que investe para reduzir queima
Regiões de Ribeirão Preto, Franca, Barretos e Central colheram 956.106 hectares de cana-de-açúcar de maneira mecanizada
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