Ribeirão Preto, Sexta-feira, 22 de Maio de 2009

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Produção de laranja deve cair 4,2 mi de caixas na região

Volume representa 3,6% de queda, maior que a redução prevista para São Paulo, de 0,6%

GEORGE ARAVANIS
DA FOLHA RIBEIRÃO

Os citricultores da região de Ribeirão Preto deverão colher neste ano 4,2 milhões de caixas de laranja a menos do que na última safra. É o que aponta previsão da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento. A queda prevista para a região em relação ao ano passado, 3,6%, é maior do que a projetada para o Estado, de 0,6%, segundo a pasta.
O estudo, feito com base em informações das casas de agricultura dos municípios, estima que a região deverá colher entre junho e dezembro, período da safra, 107,7 milhões de caixas de laranja de 40,8 kg, contra as 111,8 milhões de caixas da safra passada. No Estado, foram 354,4 milhões de caixas em 2008 e a previsão é de colher 352,5 milhões neste ano.
O secretário-adjunto de Estado da Agricultura e Abastecimento, Antonio Julio Junqueira de Queiroz, que tem um pomar em Colina, na região de Ribeirão Preto, afirmou que a projeção de baixa se deve a dois fatores: o greening (doença causada por bactérias que atacam o citrus) e a irregularidade de chuvas no período entre setembro e dezembro do ano passado, comumente usado para fazer projeções sobre a safra.
Somente no segundo semestre do ano passado, a região perdeu ao menos 528 mil pés de laranja por causa do greening, de acordo com dados da própria secretaria.
A queda pode ser significativa em dinheiro. No ano passado, a região de Ribeirão (formada pelas regionais de Ribeirão, Araraquara, Franca, Barretos, Jaboticabal e Orlândia, que voltou a produzir neste ano) arrecadou R$ R$ 1,2 bilhão com a venda de laranja.
O presidente da Associtrus (Associação Brasileira de Citricultores), Flávio Viegas, afirmou que a previsão do Estado, assim como os números fechados do ano passado, são superestimados. "As próprias indústrias fazem acompanhamentos, que dizem que no ano passado foram retiradas dos pés cerca de 305 milhões de caixas", afirmou.
Segundo Viegas, as casas de agricultura municipais não têm estrutura para checar a quantidade de pés. Além disso, segundo ele, muitos citricultores dizem que têm mais árvores do que realmente existem no pomar. "Eles acham que podem ganhar algo com isso, como um contrato mais fácil com uma indústria." Queiroz disse que, se não é certeira, a contagem tem margem de erro muito baixa.



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