Cidade se vê como a "Sertãozinho goiana"

Quirinópolis possui duas usinas de cana-de-açúcar e vem atraindo empresas de máquinas e equipamentos

Com a meta de atingir o desenvolvimento que tem a cidade paulista, município dá isenção de IPTU e desconto no ISS

VENCESLAU BORLINA FILHO
DE RIBEIRÃO PRETO

Encravada no sul goiano, a pequena Quirinópolis (293 km de Goiânia) começa despontar nacionalmente como um polo sucroenergético da região centro-oeste graças à atividade de duas grandes usinas: a Nova Fronteira e a São Francisco.
Aliado a esse desenvolvimento, a cidade tem atraído empresas de máquinas e equipamentos de olho no mercado gerado pelas usinas de cana-de-açúcar. Dessa maneira, Quirinópolis, com seus 43 mil habitantes, caminha para se tornar a "Sertãozinho de Goiás".
O título foi dado pelo próprio prefeito da cidade, o engenheiro civil Gilmar Alves da Silva (PMDB), durante a cerimônia de abertura da safra da cana-de-açúcar no Estado, no começo deste mês.
"Temos que aproveitar esse desenvolvimento gerado pelas usinas e incentivar a instalação de indústrias voltadas para o setor na nossa cidade, de forma a gerar empregos e renda", disse.
Para isso, ele conseguiu aprovar na Câmara um projeto que concede descontos de até 70% no ISS (Imposto Sobre Serviços) e isenção de IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano) por dez anos para as empresas que se instalarem na cidade.
Além disso, a prefeitura também dá o terreno para o empresário construir. "Temos uma área de 75 hectares destinada a indústrias e 22 empresas interessadas no negócio", disse o prefeito.
Como parte da estratégia de atrair empresas para o seu município, o prefeito afirmou que a administração municipal goiana vai montar um estande na Fenasucro/Agrocana 2011, que acontece de 30 de agosto a 2 de setembro em Sertãozinho.
A "inspiração" na cidade paulista é explicada também pelo desenvolvimento do setor sucroalcooleiro.
Em 30 anos, a Sertãozinho paulista viu sua indústria se especializar e se multiplicar graças à demanda das usinas instaladas na região.
Além de possuir usinas de cana-de-açúcar, a Sertãozinho de São Paulo tem indústrias de máquinas e equipamentos voltados para as fábricas de açúcar e álcool.

"CONCORRÊNCIA"
Para o presidente do CeiseBR (Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis), Adézio José Marques, a ação do prefeito não afetará o desenvolvimento de Sertãozinho e a economia local.
"As empresas não vão sair de Sertãozinho e ir para Quirinópolis. Elas vão é abrir filiais em Goiás. E quem chegar primeiro terá a chance de se tornar referência para as usinas locais", disse.
Marques afirmou que já foi procurado por representantes dos produtores de cana e do governo do Mato Grosso do Sul para mostrar o trabalho desenvolvido com as empresas de Sertãozinho.
Para ele, é normal haver o interesse de outras regiões pelo know-how de Sertãozinho. "Isso é bom para o país", disse ele.


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