Ribeirão Preto, Quinta-feira, 22 de Julho de 2010 |
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SP constrói presídios à revelia de cidades Governo do Estado iniciou as obras dos CDPs de Taiúva e de Pontal, ignorando as contestações dos prefeitos Guariba tenta na Justiça reverter construção de penitenciária feminina e Jardinópolis quer vetar plano de CPP
JULIANA COISSI DE RIBEIRÃO PRETO Dois CDPs (Centros de Detenção Provisória) anunciados pelo governo do Estado nas cidades de Pontal e Taiúva começaram a ser construídos na região à revelia dos prefeitos. Outros municípios da região ainda tentam reverter a construção de presídios em suas áreas. A Secretaria de Estado da Administração Penitenciária afirmou que as novas unidades são necessárias para reduzir a superlotação de presos no Estado (leia texto nesta página). Os CDPs são centros criados para abrigar presos que ainda não foram julgados -a construção de 49 presídios no Estado é plano do ex-governador José Serra. Em Pontal, o prédio está sendo erguido em área que fica a 17 quilômetros da entrada da cidade, na rodovia Armando de Sales Oliveira, próximo de Sertãozinho. O prefeito Antônio Frederico Venturelli Júnior (DEM) diz que as obras começaram há quatro meses. "O Estado começou a obra sem a gente ter sido comunicado e não tem nos reportado nada." O CDP de Taiúva também começou no mesmo período, na rodovia Brigadeiro Faria Lima, a sete quilômetros da entrada da cidade. Segundo o prefeito Leandro José Batista (PP), já foram instalados alojamento e escritório no local e feita a terraplanagem. O prefeito disse que chegou a contestar a obra, mas foi ignorado. "Eu fiz uma contestação, dizendo que era uma cidade pequena, com pouca estrutura. Mas entendo que o governo precisa construir presídios e que algum município terá de receber a obra." Outras duas unidades estão previstas na região: uma penitenciária feminina em Guariba e um CPP (Centro de Progressão Penitenciária) em Jardinópolis. Guariba ainda tenta lutar contra a instalação da penitenciária. O prefeito Hermínio de Laurentiz Neto (PSDB) quer que a Justiça barre a obra até que avalie se é constitucional ou não uma alteração à Lei Orgânica do Município, com base no IDH, índice que mede renda e educação de cada cidade. O novo artigo diz que, para qualquer construção que gere um impacto negativo no IDH da cidade -como presídios-, o autor deverá antes promover melhorias que aumentem o índice. "Guariba é o 150º município mais pobre do Estado. E para mim, presídio prejudica ainda mais o nosso IDH", disse o prefeito. Em Jardinópolis, ainda não há definição sobre a construção do CPP. A prefeitura e os vereadores tentam pelo menos evitar que o presídio seja erguido em área próxima a Jurucê, que é reduto de chácaras. (Colaborou JEAN DE SOUZA) Próximo Texto: Outro lado: Novos prédios visam reduzir superpopulação Índice |
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