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Promotoria fecha clínica clandestina em Brodowski
De acordo com promotor, os dependentes químicos eram alvos de maus-tratos e o local não tinha alvará
15 internos estavam na clínica no momento da ação, incluindo dez pacientes enviados pela Prefeitura de Pontal
DE RIBEIRÃO PRETO
Uma clínica de recuperação para dependentes químicos foi lacrada na área rural
de Brodowski na manhã de
ontem. A ação foi realizada
pelo Ministério Público, com
apoio da Vigilância Sanitária
e da Polícia Civil.
Segundo o promotor Leonardo Leonel Romanelli, a
clínica funcionava sem registro desde o início de 2009.
Ainda segundo o promotor, os internos eram agredidos e não recebiam alimentação nem acompanhamento
médico ou psicológico.
No dia 27 de junho a Vigilância Sanitária determinou
o fechamento da clínica, que
funcionava numa casa na
área urbana. Porém, o dono
da clínica Luís Adriano da
Silva, 32, alugou dois imóveis
na área rural e transferiu os
dependentes químicos.
"Ele [Silva] tentou esconder o problema indo para a
área rural, mas continuamos
recebendo denúncias de
maus-tratos e descobrimos
onde eles estavam."
Silva foi candidato a vereador em Brodowski pelo PTB
nas eleições de 2008, mas
não foi eleito. Na casa dele foram encontrados remédios
de uso controlado.
No momento da ação da
Promotoria havia 15 internos
na clínica -dois deles adolescentes de 17 anos- e todos
afirmaram que estavam sem
comer há dias. Dez dos internos foram levados ao local
pela Prefeitura de Pontal,
que contratou os serviços da
clínica há dois meses.
"O que muito me espanta é
que a Prefeitura de Pontal
não teve o mínimo de cuidado para analisar a qualidade
ou até mesmo a documentação dessa clínica. Bastava
uma ligação para a Prefeitura
de Brodowski e eles descobririam os problemas", afirmou
o promotor.
Segundo as investigações,
as famílias dos dependentes
pagavam entre R$ 100 e R$
1.000 por mês para que eles
recebessem tratamento. Já a
Prefeitura de Pontal pagava
um salário mínimo e uma
cesta básica para cada um.
Todos os internos foram
ouvidos pela Promotoria e levados para clínicas da região
ou para casa de familiares.
Procurada, a Prefeitura de
Pontal não se manifestou. O
dono da clínica não foi localizado.
(HÉLIA ARAUJO)
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