Ribeirão Preto, Quinta-feira, 22 de Julho de 2010

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Promotoria fecha clínica clandestina em Brodowski

De acordo com promotor, os dependentes químicos eram alvos de maus-tratos e o local não tinha alvará

15 internos estavam na clínica no momento da ação, incluindo dez pacientes enviados pela Prefeitura de Pontal

DE RIBEIRÃO PRETO

Uma clínica de recuperação para dependentes químicos foi lacrada na área rural de Brodowski na manhã de ontem. A ação foi realizada pelo Ministério Público, com apoio da Vigilância Sanitária e da Polícia Civil.
Segundo o promotor Leonardo Leonel Romanelli, a clínica funcionava sem registro desde o início de 2009.
Ainda segundo o promotor, os internos eram agredidos e não recebiam alimentação nem acompanhamento médico ou psicológico.
No dia 27 de junho a Vigilância Sanitária determinou o fechamento da clínica, que funcionava numa casa na área urbana. Porém, o dono da clínica Luís Adriano da Silva, 32, alugou dois imóveis na área rural e transferiu os dependentes químicos.
"Ele [Silva] tentou esconder o problema indo para a área rural, mas continuamos recebendo denúncias de maus-tratos e descobrimos onde eles estavam."
Silva foi candidato a vereador em Brodowski pelo PTB nas eleições de 2008, mas não foi eleito. Na casa dele foram encontrados remédios de uso controlado.
No momento da ação da Promotoria havia 15 internos na clínica -dois deles adolescentes de 17 anos- e todos afirmaram que estavam sem comer há dias. Dez dos internos foram levados ao local pela Prefeitura de Pontal, que contratou os serviços da clínica há dois meses.
"O que muito me espanta é que a Prefeitura de Pontal não teve o mínimo de cuidado para analisar a qualidade ou até mesmo a documentação dessa clínica. Bastava uma ligação para a Prefeitura de Brodowski e eles descobririam os problemas", afirmou o promotor.
Segundo as investigações, as famílias dos dependentes pagavam entre R$ 100 e R$ 1.000 por mês para que eles recebessem tratamento. Já a Prefeitura de Pontal pagava um salário mínimo e uma cesta básica para cada um.
Todos os internos foram ouvidos pela Promotoria e levados para clínicas da região ou para casa de familiares. Procurada, a Prefeitura de Pontal não se manifestou. O dono da clínica não foi localizado. (HÉLIA ARAUJO)


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