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Sindicalista e a mulher são mortos a tiros
Casal que chegava em casa com as três filhas levou pelo menos oito tiros; meninas se abaixaram na picape e não foram feridas
Os assassinos estavam escondidos em uma lixeira na frente da chácara
do casal, em Araraquara,
e não roubaram nada
Silva Junior/Folha Imagem
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Marcas de tiros nos vidros laterais e dianteiro da picape Fiat do sindicalista Flávio Cesar Ferreira Barreto
GEORGE ARAVANIS
ENVIADO ESPECIAL A ARARAQUARA
O sindicalista Flávio Cesar
Ferreira Barreto, 43, e sua mulher, Cássia Adriana Junquetti,
42, foram assassinados na frente das três filhas do casal, anteontem à noite em Araraquara. No momento do crime, os
cinco chegavam em casa, uma
chácara de alto padrão na Vila
Zavanella, em um dos carros da
família, um Fiat Strada. Nada
foi roubado.
Barreto e a mulher foram
mortos com ao menos oito tiros, segundo o IML (Instituto
Médico Legal) de Araraquara.
Os assassinos estavam escondidos em uma lixeira na frente da
casa. A polícia ainda não sabe
quantos eram.
As meninas, que estavam na
cabine estendida da picape,
abaixaram-se quando ouviram
os tiros e não foram vistas pelos
atiradores, segundo a família.
Sem ferimentos, elas pediram
ajuda a um vizinho.
Segundo o delegado Jesus
Nazaré Romão, da DIG (Delegacia de Investigações Gerais),
responsável pela investigação
do caso, os disparos foram feitos de três armas diferentes.
Romão não quis dizer com
quais hipóteses trabalha. "Por
enquanto, não temos nada [nenhuma suspeita]", afirmou.
A família tem uma hipótese.
"Tudo indica que foi execução.
Não levaram nada. Mas nem
imaginamos o que pode ter motivado isso", afirmou o projetista Fábio Barreto, 32, sobrinho
do sindicalista. Barreto era diretor-tesoureiro do Sindicato
dos Trabalhadores Autônomos
de Araraquara, onde trabalhava
desde os 13 anos, segundo a família -começou como office-boy. Cássia era dona-de-casa.
De acordo com o presidente
do sindicato, Ítalo Rampani,
Barreto não teve nenhum desentendimento na entidade
nem comunicou ter sofrido
ameaças. "Era um bom companheiro", disse.
As três filhas do casal -que
têm dez, 13 e 16 anos- estão na
casa de um tio. Segundo outro
tio, Sebastião Braz de Faria, 61,
elas devem passar a morar com
uma das avós.
A família afirmou desconhecer qualquer ameaça sofrida
por Barreto. "Meu irmão era
uma pessoa muito boa, não tinha porque fazerem isso com
ele", disse uma irmã, que pediu
para não ter o nome revelado.
Os corpos foram enterrados
ontem em Araraquara.
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