Ribeirão Preto, Sábado, 22 de Novembro de 2008

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Sindicalista e a mulher são mortos a tiros

Casal que chegava em casa com as três filhas levou pelo menos oito tiros; meninas se abaixaram na picape e não foram feridas

Os assassinos estavam escondidos em uma lixeira na frente da chácara do casal, em Araraquara, e não roubaram nada

Silva Junior/Folha Imagem
Marcas de tiros nos vidros laterais e dianteiro da picape Fiat do sindicalista Flávio Cesar Ferreira Barreto

GEORGE ARAVANIS
ENVIADO ESPECIAL A ARARAQUARA

O sindicalista Flávio Cesar Ferreira Barreto, 43, e sua mulher, Cássia Adriana Junquetti, 42, foram assassinados na frente das três filhas do casal, anteontem à noite em Araraquara. No momento do crime, os cinco chegavam em casa, uma chácara de alto padrão na Vila Zavanella, em um dos carros da família, um Fiat Strada. Nada foi roubado.
Barreto e a mulher foram mortos com ao menos oito tiros, segundo o IML (Instituto Médico Legal) de Araraquara. Os assassinos estavam escondidos em uma lixeira na frente da casa. A polícia ainda não sabe quantos eram.
As meninas, que estavam na cabine estendida da picape, abaixaram-se quando ouviram os tiros e não foram vistas pelos atiradores, segundo a família. Sem ferimentos, elas pediram ajuda a um vizinho.
Segundo o delegado Jesus Nazaré Romão, da DIG (Delegacia de Investigações Gerais), responsável pela investigação do caso, os disparos foram feitos de três armas diferentes. Romão não quis dizer com quais hipóteses trabalha. "Por enquanto, não temos nada [nenhuma suspeita]", afirmou.
A família tem uma hipótese. "Tudo indica que foi execução. Não levaram nada. Mas nem imaginamos o que pode ter motivado isso", afirmou o projetista Fábio Barreto, 32, sobrinho do sindicalista. Barreto era diretor-tesoureiro do Sindicato dos Trabalhadores Autônomos de Araraquara, onde trabalhava desde os 13 anos, segundo a família -começou como office-boy. Cássia era dona-de-casa.
De acordo com o presidente do sindicato, Ítalo Rampani, Barreto não teve nenhum desentendimento na entidade nem comunicou ter sofrido ameaças. "Era um bom companheiro", disse.
As três filhas do casal -que têm dez, 13 e 16 anos- estão na casa de um tio. Segundo outro tio, Sebastião Braz de Faria, 61, elas devem passar a morar com uma das avós.
A família afirmou desconhecer qualquer ameaça sofrida por Barreto. "Meu irmão era uma pessoa muito boa, não tinha porque fazerem isso com ele", disse uma irmã, que pediu para não ter o nome revelado. Os corpos foram enterrados ontem em Araraquara.


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