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TCE inclui 52 empresas em "lista suja"
Elas são acusadas de irregularidades em contratos com prefeituras ou autarquias municipais da região
JEAN DE SOUZA
DA FOLHA RIBEIRÃO
Acusadas de irregularidades
em contratos com prefeituras e
autarquias municipais da região de Ribeirão, 52 empresas
foram parar na "lista suja" divulgada pelo TCE (Tribunal de
Contas do Estado). Com isso,
são impedidas de participar de
licitações públicas por períodos
que vão de dois a cinco anos.
De acordo com Gustavo Assed, professor de direito da USP
e especialista em administração pública, retirar de uma empresa o direito de contratar
com um órgão público é a última penalidade prevista na Lei
de Licitações. Antes, ela pode
ser advertida e multada.
As penas mais graves são a
suspensão, que pode durar até
dois anos para a contratação
com o órgão com o qual o contrato foi descumprido, e a declaração de idoneidade, cujo
impedimento vale para cinco
anos com qualquer esfera da
administração pública.
Os processos movidos contra
as empresas são administrativos, ou seja, não correm em
âmbito judicial. "As falhas mais
comuns são o simples e puro
descumprimento do contrato.
Normalmente, a empresa o assume, não tem condições de
cumprir e o abandona."
Foi o que aconteceu com a
Conágua, responsável pela
construção de uma escola em
Ribeirão. Segundo o secretário
de Obras da cidade, Abranche
Fuad Abdo, a empresa não
cumpriu alguns itens do contrato e foi advertida, multada e,
como último recurso, teve o
contrato encerrado e está impedida de participar de licitações com a prefeitura. A empresa nega ter descumprido o
que estava previsto na licitação
(leia texto nesta página).
Para Abdo, as normas previstas na Lei de Licitações "são
complicadas". "Às vezes dizem
que você está direcionando a licitação. Se não for assim [detalhada], podem dizer que é muito abrangente e que qualquer
empresa pode participar."
Os maiores prejudicados são
os que dependem dos serviços
públicos, diz a procuradora de
São Carlos, Caroline Garcia Batista. Ela cita o exemplo da contratação, no final de 2008, da
LTI Informática para o serviço
de tapa-buracos na cidade.
Após menos de dois meses, o
contrato foi rescindido. A empresa era acusada de não pagar
os funcionários, que não fizeram o serviço. Só agora, após
outra licitação, o serviço está
sendo normalizado, segundo
ela, que disse ser difícil impedir
que situações assim ocorram.
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