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Novato "sofre" no camping da Festa do Peão
Inexperiência deixa acampados sem alimentação e roupas, ante a estrutura levada pelos acampados "profissionais"
Grupo de gaúchos viaja 1.850 quilômetros, fica sem roupas e comida e tem dificuldade para montar a barraca no camping
DOUGLAS SANTOS
ENVIADO ESPECIAL A BARRETOS
Chegar ao camping antes do
início da festa, preparar o local,
planejar, fazer lista do que levar, pedir férias ou folga e não
esquecer nada são cuidados
que os veteranos tomam ao
acampar na Festa do Peão de
Boiadeiro de Barretos, que hoje
conclui seu primeiro final de
semana. Enquanto isso, os novatos faltam do trabalho sem
avisar ninguém e sempre deixam algo para trás.
A inexperiência atingiu um
grupo de quatro amigos gaúchos que planejou por quatro
anos ir a Barretos, mas deixou
tudo para a última hora -o planejamento foi por água abaixo.
Marlon Diogo, 20, Leandro
Loureiro, 22, Arlon Diogo, 23, e
Vagner Veiga, 28, partiram na
última quinta de Rio Grande
(RS), distante 1.850 quilômetros de Barretos, e chegaram a
Barretos no dia seguinte, com
pouca roupa, sem comida e sem
jeito para montar a barraca.
Segundo Veiga, os três amigos foram à sua casa pedir uma
mala. "Quando vi, estavam enchendo com minhas roupas.
Fui pego de surpresa." Todos
usam roupas típicas gaúchas.
O grupo inexperiente foi logo
socorrido. "Assim que chegamos, veio bastante gente perguntar se a gente precisava de
algo", disse Loureiro.
Outro grupo "desajeitado"
partiu de Pedreira. Num Fusca,
os quatro amigos levaram cinco
horas para chegar a Barretos,
após se perderem no caminho.
A churrasqueira foi improvisada com tijolos, a grelha é emprestada, e os bancos do Fusca
foram retirados para terem onde sentar.
O grupo, que fica até hoje,
nem sabe os shows do final de
semana. "Decidimos em Maio,
mas nunca acampamos", disse
Rafael Santos. Os quatro, juntos, levaram mais de uma hora
para armar a barraca, o que
acampados experientes fazem
em dez minutos.
Por outro lado, nas barracas
incrementadas, como a do contador Alus Eccard, 47, há até
freezer. "A gente se prepara
com antecedência", disse ele,
que está em sua oitava festa.
Nas maiores barracas, é possível perceber grande estrutura. A atendente Catiana Andrade, 26, é um exemplo. Em sua
quarta festa, disse que logo que
termina uma festa começa a
pensar na próxima. Sua barraca
tem fogão, mesas e cadeiras.
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