Ribeirão Preto, Terça-feira, 23 de Agosto de 2011 |
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Walter Gomes é denunciado sob suspeita de ter comprado votos Promotoria diz que ele e uma funcionária presentearam eleitores com verduras, frutas e legumes Vereador de Ribeirão nega compra de votos que, de acordo com o Ministério Público, aconteceu em 2008
GABRIELA YAMADA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE RIBEIRÃO PRETO O vereador Walter Gomes (PR), de Ribeirão Preto, e uma funcionária dele, Rosa Marli de Seixas Biatresato, foram denunciados à Justiça Eleitoral sob suspeita de compra de votos em 2008. De acordo com a denúncia, eles são acusados de presentear eleitores com verduras, frutas e legumes em troca de votos em uma associação mantida por Gomes no bairro Ipiranga. O crime, enquadrado como vantagem para obter votos, supostamente ocorreu em setembro de 2008. A pena prevê quatro anos de prisão e multa -cujo valor não está especificado. Gomes negou a compra de votos. À Folha Biatresato disse que preferia não se manifestar por desconhecer a denúncia da Promotoria. De acordo com o promotor criminal Paulo José Freire Teotônio, a denúncia é baseada em investigação de agentes federais, que constataram eleitores recebendo verduras, legumes e fruta em troca do voto. "A Polícia Federal recebeu uma denúncia anônima e compareceu no local. Eles foram disfarçados e gravaram tudo, está tudo nos autos", afirmou o promotor. Outras quatro pessoas também responderão por corrupção eleitoral, sob suspeita de venda de votos. Em depoimento, elas confessaram que foram até o local para receber os produtos -uma delas, inclusive, afirmou ter sido levada pela funcionária do vereador. Gomes também é alvo de investigação no Ministério Público Estadual por suspeita de manutenção de uma funcionária-fantasma na Câmara Municipal, que trabalha em um hospital. Em gravações da PF, segundo a Promotoria, há imagens de um carro -um Ford Escort com propaganda eleitoral afixada no vidro- que, conforme depoimento das testemunhas, Biatresato usou para buscar os eleitores. As imagens também mostram a presença de cabos eleitorais, com adesivos do vereador colados nas roupas e portando maços de santinhos para serem distribuídos na cidade. De acordo com a denúncia, Biatresato foi flagrada entregando as frutas e as verduras em nome do vereador, que não estava no local no momento da chegada dos agentes. AJUDA DA POPULAÇÃO Segundo o cientista político Ricardo Caldas, que dirige o Núcleo de Estudos da Corrupção da UnB (Universidade de Brasília), geralmente a população associa a compra de voto ao dinheiro. "A corrupção eleitoral ocorre mesmo quando não há transação financeira, como essa denúncia de Ribeirão Preto", afirmou. De acordo com Caldas, a compra e a venda de votos somente podem ser combatidas quando há denúncia da população nos casos. Próximo Texto: Saiba mais: Partido vive "desmanche" em Ribeirão Índice | Comunicar Erros |
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