Ribeirão Preto, Domingo, 23 de agosto de 1998

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Sem patrocínio, equipe feminina de Ribeirão Preto, campeã Sul-Americana de 93, luta para continuar jogando
Recra busca sobrevivência na tradição

da Reportagem Local

Com um currículo que inclui dois títulos Paulistas, um Brasileiro e um Sul-Americano, conquistados em um curtíssimo período de tempo, a Recreativa busca na sua tradição o incentivo para a sobrevivência no vôlei feminino.
Filiado à Federação Paulista de Voleibol há cerca de 40 anos, o clube passa hoje por sérias dificuldades financeiras decorrentes da falta de patrocínio.
As jogadoras do time ganham apenas uma ajuda de custo e um pool de empresários de Ribeirão Preto auxilia o clube nas despesas com o Campeonato Paulista. O time jogaria ontem contra o Leites Nestlé, em Jundiaí.
Nos três primeiros jogos disputados, duas derrotas.
"Essa é uma situação que não é qualquer um que pode passar, principalmente se levarmos em conta o estágio atual de profissionalização do esporte, mas a situação do país mostra que está difícil para todos", disse o técnico Antonio Rizola Neto.
Segundo ele, o time está dando atualmente uma demonstração de coragem ao se manter vivo sem patrocínio. "Teria sido mais fácil fechar, mas sabemos da importância que o vôlei tem para a cidade."
Como exemplo dessa importância, Rizola cita o fato de o vôlei feminino ser o esporte com o maior número de praticantes entre crianças e jovens em Ribeirão.
"Só na Cava do Bosque, quase 200 jovens de idades variadas praticam vôlei nas escolinhas. Isso prova que acabar com um time significa acabar com todo um contexto social à sua volta", disse.
Entre as jogadoras, o clima é o de superação a cada jogo. "Na hora em que entramos em quadra, esquecemos das dificuldades e damos tudo o que temos de melhor", afirmou a atacante Olga.
"Estamos fechadas em um ideal", disse Leca.



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