|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
foco
Impulsionada pela alta do álcool, preço da gasolina sobe nos postos de Ribeirão
DA FOLHA RIBEIRÃO
Mantendo a ascensão que já
foi registrada nas últimas semanas, o preço médio do álcool nas bombas chegou a
R$ 1,599 em Ribeirão e, na
avaliação do vice-presidente
da Brascombustíveis (Associação Brasileira do Comércio
Varejista de Combustíveis
Automotivos), Renê Abbad, a
tendência é de novas altas. A
elevação no preço do álcool
fez ainda a gasolina subir nos
postos da cidade.
Segundo Abbad, o preço
médio do álcool hidratado pago pelos donos de postos às
distribuidoras já ultrapassou
os R$ 1,30 por litro. Nas usinas, segundo o Cepea (Centro
de Estudos Avançados em
Economia Aplicada), da
Esalq/USP, o litro do álcool
hidratado atingiu R$ 0,9340,
sem impostos, o maior valor
desde abril de 2007.
Abbad disse que informações do setor apontam que o
preço do álcool poderá atingir
R$ 1,90, o que, segundo ele, seria estratégia para desestimular o consumo do produto.
O motivo, segundo Abbad, é
que as usinas não estão conseguindo atingir metas de produção devido a dificuldades
de colheita da cana e porque
têm priorizado a fabricação de
açúcar -que está mais lucrativo no mercado externo.
Sobre o preço da gasolina,
que chegou a R$ 2,599 após a
estabilidade em R$ 2,499 ao
longo do ano, a justificativa é
que a alta também está atrelada ao reajuste do valor do etanol, que é usado na mistura final do combustível.
Na semana passada, a ANP
(Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) informou que avalia
uma eventual mudança no
percentual de álcool anidro na
mistura da gasolina, que
atualmente é de 25%, patamar máximo permitido.
Abbad afirma acreditar que
haverá desabastecimento de
álcool no período de entressafra da cana (janeiro a março),
tese não confirmada pelo presidente do Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de
Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo), José Alberto Paiva Gouveia.
Para Gouveia, a alta do preço do álcool tende a estimular
o consumo da gasolina, o que,
consequentemente, reduz a
demanda pelo etanol. Para
ele, isso deve garantir o abastecimento. "O consumidor
tem que fazer contas", disse.
O pesquisador do IEA (Instituto de Economia Agrícola)
Sérgio Alves Torquato também disse não acreditar em
desabastecimento, mas afirma que a oferta do produto estará mais baixa na entressafra.
"Será mais apertado". Com
escassez do produto, a tendência de novas altas de preço
se confirma.
(LEANDRO MARTINS)
Texto Anterior: Chácaras em SP foram usadas como locais de interrogatório Próximo Texto: Conppac questiona reforma de Pinguim Índice
|