Ribeirão Preto, Sexta-feira, 23 de Outubro de 2009

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Impulsionada pela alta do álcool, preço da gasolina sobe nos postos de Ribeirão

DA FOLHA RIBEIRÃO

Mantendo a ascensão que já foi registrada nas últimas semanas, o preço médio do álcool nas bombas chegou a R$ 1,599 em Ribeirão e, na avaliação do vice-presidente da Brascombustíveis (Associação Brasileira do Comércio Varejista de Combustíveis Automotivos), Renê Abbad, a tendência é de novas altas. A elevação no preço do álcool fez ainda a gasolina subir nos postos da cidade.
Segundo Abbad, o preço médio do álcool hidratado pago pelos donos de postos às distribuidoras já ultrapassou os R$ 1,30 por litro. Nas usinas, segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, o litro do álcool hidratado atingiu R$ 0,9340, sem impostos, o maior valor desde abril de 2007.
Abbad disse que informações do setor apontam que o preço do álcool poderá atingir R$ 1,90, o que, segundo ele, seria estratégia para desestimular o consumo do produto.
O motivo, segundo Abbad, é que as usinas não estão conseguindo atingir metas de produção devido a dificuldades de colheita da cana e porque têm priorizado a fabricação de açúcar -que está mais lucrativo no mercado externo.
Sobre o preço da gasolina, que chegou a R$ 2,599 após a estabilidade em R$ 2,499 ao longo do ano, a justificativa é que a alta também está atrelada ao reajuste do valor do etanol, que é usado na mistura final do combustível.
Na semana passada, a ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) informou que avalia uma eventual mudança no percentual de álcool anidro na mistura da gasolina, que atualmente é de 25%, patamar máximo permitido.
Abbad afirma acreditar que haverá desabastecimento de álcool no período de entressafra da cana (janeiro a março), tese não confirmada pelo presidente do Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo), José Alberto Paiva Gouveia.
Para Gouveia, a alta do preço do álcool tende a estimular o consumo da gasolina, o que, consequentemente, reduz a demanda pelo etanol. Para ele, isso deve garantir o abastecimento. "O consumidor tem que fazer contas", disse.
O pesquisador do IEA (Instituto de Economia Agrícola) Sérgio Alves Torquato também disse não acreditar em desabastecimento, mas afirma que a oferta do produto estará mais baixa na entressafra. "Será mais apertado". Com escassez do produto, a tendência de novas altas de preço se confirma. (LEANDRO MARTINS)


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