Ribeirão Preto, Segunda-feira, 23 de Novembro de 2009

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Estudo vai mapear segurança em rodovia

Trabalho iniciado pela USP de São Carlos tem como objetivo mostrar trechos mais perigosos das estradas da região

Com a avaliação dos trechos que são mais problemáticos, estudo quer indicar soluções para evitar que acidentes continuem a acontecer

Silva Junior-13.nov.2009/Folha Imagem
Caminhão destruído em pátio da Polícia Militar Rodoviária, após colisão em rodovia; estudo quer reduzir o número de acidentes

LEANDRO MARTINS
DA FOLHA RIBEIRÃO

Um estudo do Departamento de Transportes da Escola de Engenharia de São Carlos, da USP (Universidade de São Paulo), deverá ajudar no mapeamento dos trechos mais perigosos de rodovias da região de Ribeirão. O estudo vai permitir apontar os pontos mais propícios a acidentes e, com isso, colaborar para que melhorias sejam feitas nesses locais.
A pesquisa tem como objetivo ajudar a reduzir o número de vítimas nas rodovias. Apenas neste ano, de janeiro a outubro, 138 pessoas morreram nas estradas da região, somente nos trechos que são administrados pelas concessionárias.
Embora tenha sido procurado pela Folha, o DER (Departamento de Estradas de Rodagem) não forneceu números atualizados dos acidentes ocorridos nas rodovias sob administração estatal.
As 138 mortes registradas de janeiro a outubro resultam de 3.861 acidentes ocorridos nas estradas, que também deixaram 1.817 pessoas feridas.
Nos 442 quilômetros administrados pela concessionária Triângulo do Sol, que inclui um trecho da rodovia Washington Luís, na região de São Carlos, e outras duas estradas, ocorreram 1.401 acidentes, com 793 feridos e 53 mortos.
Já os dados da Vianorte apontam que nas estradas que a concessionária administra na região, 962 acidentes de janeiro a outubro mataram 33 pessoas e feriram outras 374.
Por sua vez, a Autovias, que administra uma malha viária de 316,5 quilômetros, registrou 1.306 acidentes com 570 feridos e 39 vítimas fatais. A Autovias e a Vianorte administram trechos de uma das rodovias mais importantes da região, a Anhanguera.
No caso da concessionária Tebe, nas duas rodovias administradas pela empresa foram registrados 192 acidentes nos primeiros dez meses do ano, com 13 mortos e 80 feridos.
De acordo com o professor Antonio Clóvis Pinto Ferraz, da USP, que coordena o estudo, o objetivo é traçar a "rodovia ideal", definição para a estrada que, mesmo que seja palco de acidentes, não tenha vítimas fatais. Isso porque, segundo ele, é impossível evitar todos os tipos de acidentes.
Um exemplo citado pelo professor é a colisão traseira, que nem sempre depende das condições da estrada para ocorrer. Segundo dados da Secretaria de Estado dos Transportes 24,8% dos acidentes ocorridos no Estado em 2008 decorreram de colisões traseiras.
Porém, segundo Ferraz, há outros tipos de acidentes graves que podem ser evitados apenas com melhorias em trechos das rodovias. Casos que envolvem a saída do veículo da pista seguida de capotamento, por exemplo, podem ser prevenidos com contenções laterais.
"Se colocar uma defensa metálica, um carro que sai da pista bate, mas não cai no barranco. É uma forma de evitar que seja mais grave", afirmou.
Ferraz disse que o estudo começou pela definição da metodologia que será empregada. O trabalho será feito, primeiro, em uma única rodovia ainda a ser definida. Depois, com base no método, a ideia é expandir o estudo para outras estradas.
"Sabemos que é difícil solucionar todos os problemas que existem, mas sabendo dos locais mais críticos, os governos e mesmo as concessionárias podem estabelecer prioridades."

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