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Emprego tem o pior mês em 1 ano na região
Ribeirão Preto, Franca e São Carlos tiveram em novembro deste ano desempenho só superior ao de dezembro de 2007
Já Araraquara foi além e registrou o terceiro mês consecutivo de corte de vagas; para empresário, temor de crise é o motivo
ROBERTO MADUREIRA
DA FOLHA RIBEIRÃO
As três maiores cidades da
região -Ribeirão Preto, Franca
e São Carlos- tiveram em novembro o pior desempenho na
geração de empregos em 12 meses, segundo dados do Caged
(Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados ontem pelo Ministério do
Trabalho e Emprego.
Ribeirão Preto foi a única das
quatro maiores cidades -inclusive Araraquara- que não
teve saldo negativo entre o número de contratações e demissões. Na cidade, houve a criação
de 116 postos de trabalho, a
maioria gerada pela contratação de temporários para o comércio. O número, no entanto,
é menor do que todos os meses
do ano. Em dezembro de 2007,
a cidade havia tido corte de vagas, com 133 postos a menos.
Indústria e construção civil,
que apareceram com destaque
em Ribeirão nos últimos meses, tiveram desempenho nulo
e negativo, respectivamente. A
indústria não gerou nem fechou postos, enquanto a construção civil perdeu 44 no mês.
"Nesta primeira fase da crise,
há um congelamento de novos
investimentos na indústria, o
que gera também paralisação
na abertura de vagas. Se a situação não se normalizar nos primeiros meses do ano que vem,
aí sim teremos demissão em
massa", disse o gerente regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo),
Fabiano Guimarães.
Em Franca, o setor calçadista
sofreu novo golpe na questão
do emprego: foram 2.226 postos de trabalho fechados na cidade em novembro. O número
ainda poderia ser pior se outros
setores não tivessem compensado as 2.405 vagas extintas na
indústria de transformação.
O corte de vagas representa
um acréscimo de 150% no número de postos de trabalho fechados em novembro de 2007,
quando 571 foram extintas.
Para o presidente do Sindifranca (Sindicato da Indústria
de Calçados de Franca), José
Carlos Brigagão, os números
começam a dar sinais da crise
no setor. "O que temos, além da
sazonalidade de demissões de
fim-de-ano, é a tensão gerada
pela crise econômica. O ano fechou até bem, mas o receio de
não saber o futuro fez algumas
empresas demitirem mais que
o normal e antes do normal."
Foi o pior mês para Franca
desde dezembro de 2007,
quando a cidade perdeu 8.580
postos de trabalho. "Por outro
lado, acho que este dezembro
não será tão ruim quanto o próximo", afirmou Brigagão.
Em São Carlos, a indústria
também puxou para baixo o
saldo de empregos. O setor teve
412 contratações para 802 demissões, diferença de 390 vagas. No geral, a cidade teve 291
postos de trabalho extintos.
Apesar dos primeiros reflexos da crise, o saldo geral do
ano continua positivo. Ribeirão
já acrescentou, neste ano,
11.501 novos trabalhadores à
lista de registrados em carteira
-em Franca foram 1.767 e em
São Carlos, 5.329. Em Araraquara, apesar de ter criado
10.772 postos de trabalho este
ano, a cidade registrou em novembro déficit.
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