Ribeirão Preto, Terça-feira, 23 de Dezembro de 2008

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Emprego tem o pior mês em 1 ano na região

Ribeirão Preto, Franca e São Carlos tiveram em novembro deste ano desempenho só superior ao de dezembro de 2007

Já Araraquara foi além e registrou o terceiro mês consecutivo de corte de vagas; para empresário, temor de crise é o motivo


ROBERTO MADUREIRA
DA FOLHA RIBEIRÃO

As três maiores cidades da região -Ribeirão Preto, Franca e São Carlos- tiveram em novembro o pior desempenho na geração de empregos em 12 meses, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
Ribeirão Preto foi a única das quatro maiores cidades -inclusive Araraquara- que não teve saldo negativo entre o número de contratações e demissões. Na cidade, houve a criação de 116 postos de trabalho, a maioria gerada pela contratação de temporários para o comércio. O número, no entanto, é menor do que todos os meses do ano. Em dezembro de 2007, a cidade havia tido corte de vagas, com 133 postos a menos.
Indústria e construção civil, que apareceram com destaque em Ribeirão nos últimos meses, tiveram desempenho nulo e negativo, respectivamente. A indústria não gerou nem fechou postos, enquanto a construção civil perdeu 44 no mês.
"Nesta primeira fase da crise, há um congelamento de novos investimentos na indústria, o que gera também paralisação na abertura de vagas. Se a situação não se normalizar nos primeiros meses do ano que vem, aí sim teremos demissão em massa", disse o gerente regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Fabiano Guimarães.
Em Franca, o setor calçadista sofreu novo golpe na questão do emprego: foram 2.226 postos de trabalho fechados na cidade em novembro. O número ainda poderia ser pior se outros setores não tivessem compensado as 2.405 vagas extintas na indústria de transformação.
O corte de vagas representa um acréscimo de 150% no número de postos de trabalho fechados em novembro de 2007, quando 571 foram extintas.
Para o presidente do Sindifranca (Sindicato da Indústria de Calçados de Franca), José Carlos Brigagão, os números começam a dar sinais da crise no setor. "O que temos, além da sazonalidade de demissões de fim-de-ano, é a tensão gerada pela crise econômica. O ano fechou até bem, mas o receio de não saber o futuro fez algumas empresas demitirem mais que o normal e antes do normal."
Foi o pior mês para Franca desde dezembro de 2007, quando a cidade perdeu 8.580 postos de trabalho. "Por outro lado, acho que este dezembro não será tão ruim quanto o próximo", afirmou Brigagão.
Em São Carlos, a indústria também puxou para baixo o saldo de empregos. O setor teve 412 contratações para 802 demissões, diferença de 390 vagas. No geral, a cidade teve 291 postos de trabalho extintos.
Apesar dos primeiros reflexos da crise, o saldo geral do ano continua positivo. Ribeirão já acrescentou, neste ano, 11.501 novos trabalhadores à lista de registrados em carteira -em Franca foram 1.767 e em São Carlos, 5.329. Em Araraquara, apesar de ter criado 10.772 postos de trabalho este ano, a cidade registrou em novembro déficit.


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