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PERSONAGEM
Pai e filha foram afastados da Prefeitura de Cravinhos acusados de irregularidades
Amoroso é o principal pivô da crise
do enviado especial a Cravinhos
Mesmo tendo sido cassado em
dois mandatos para prefeito (um
em 91 e outro em 97) e com sua
candidatura a vice na chapa encabeçada por Antonio Mariano da
Silva (PFL) impugnada pelo Tribunal de Justiça, José Amoroso
(PDT), 69, ainda se considera uma
força política em Cravinhos.
Tanto que continuou acompanhando Mariano em todas as suas
andanças pelos bairros de periferia
e fazendas próximas ao município
de Cravinhos.
"Sei que tive uma participação
importante na história da cidade,
porque fui o primeiro prefeito que
governou efetivamente para o povo. Acho que foi por isso que quiseram me tirar do poder, pois a Câmara só legisla em causa própria",
afirmou.
Entre as realizações de seus mandatos, Amoroso destaca a construção de 147 casas populares em sete
meses, além de escolas, poços artesianos e esgotos.
"Tenho certeza de que não esqueceram do que fiz", disse Amoroso.
A trajetória do "clã dos Amoroso" continuou com sua filha, Eliana Pavan Amoroso (PDT), que assumiu como prefeita no final de 97
e foi cassada por irregularidades
administrativas nove meses depois
pela mesma Câmara que derrubou
seu pai.
A ex-prefeita entrou na semana
passada com um mandado de segurança junto ao Tribunal de Justiça pedindo sua volta à prefeitura.
O pedido foi rejeitado pelo tribunal anteontem, mas a defesa de
Eliana irá recorrer novamente à
Justiça.
A alegação da ex-prefeita é que o
decreto que cassou o mandato de
Eliana tem de ser anulado, pois
houve cerceamento de defesa e falta de espaço para contestar as acusações da Câmara.
Um dos principais responsáveis
pela cassação dos mandatos dos
Amoroso foi o promotor de Justiça
Wanderley Trindade Júnior, que
considera a passagem da família
pelo poder um episódio problemático da história da cidade.
"Eu realmente fiquei atento a todas as irregularidades dos governos do Zito (apelido de Amoroso)
e da Eliana, pois acho que está na
hora da população não dar mais
atenção a determinados tipos de
políticos", disse.
Entre as irregularidades apontadas pelo promotor durante o governo de Amoroso estão o atraso
de repasses dos salários e despesas
da Câmara, descumprimento do
Orçamento, atraso no pagamento
de funcionários e fraudes em processos licitatórios.
Para Amoroso, as acusações não
justificam a cassação de sua candidatura a vice.
(AB)
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