Ribeirão Preto, Quarta-feira, 24 de Março de 2010

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Primeira greve da gestão Dárcy trava Saúde

Secretaria foi a mais atingida pela paralisação dos servidores; atendimento se restringiu a urgências, dengue e vacina H1N1

Paralisação atingiu ainda Educação, Fiscalização, Daerp e Guarda; sindicato estima adesão em 80% e prefeitura fala em 13%


Silva Junior/Folha Imagem
Funcionários fazem triagem de pacientes na entrada da UBDS Central no primeiro dia da greve dos servidores municipais

VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO

A primeira greve da gestão da prefeita de Ribeirão Preto, Dárcy Vera (DEM), iniciada à 0h de ontem, atingiu especialmente servidores da Saúde e da Educação, as duas maiores secretarias do município em número de servidores (leia mais nesta página).
A UBDS (Unidade Básica Distrital de Saúde) Central, quase sempre superlotada, parecia uma unidade fantasma na manhã de ontem. Apenas pacientes que precisavam de atendimento de urgência, como os que tinham sintomas de dengue ou suspeita de fraturas, estavam sendo atendidos.
Os funcionários das unidades de saúde visitadas pela reportagem também mantiveram a vacinação contra o vírus H1N1, da nova gripe, por causa da campanha nacional.
Já as consultas pré-agendadas -cerca de 60 em cada unidade- foram suspensas na UBDS Central, na UBDS da Vila Virgínia e canceladas em parte na UBDS do Castelo Branco e do Quintino Facci 1.
Pacientes que precisavam agendar consultas também foram prejudicados. Foi o caso de Dalva Bonifácio Almeida do Rosário, 79, que esteve na UBDS da Vila Virgínia para marcar oftalmologista e dermatologista, após receber carta da Secretaria da Saúde pedindo que ela fosse ao posto.
"Sabe o que vai acontecer? Eu vou perder essa consulta e quando conseguir pegar outra, vai ser daqui a quatro, cinco meses", disse.
No setor de pediatria da mesma UBDS, pacientes e acompanhantes reclamavam da demora. Bianca Dias, 10, por exemplo, estava com febre e chorava de dor. Após duas horas de espera, a avó da menina, Maria Dolores Martins Ribeiro, 75, desistiu do atendimento.
A Guarda Civil Municipal também aderiu à greve. Em nenhuma das unidades de pronto-atendimento visitadas pela Folha ontem havia vigilância. Por volta das 9h30, o superintendente da Guarda Civil Municipal, André Luiz Tavares, passou pela UBDS Central.

Outros setores
A Fiscalização Geral também não trabalhou, o que fez a alegria dos ambulantes. Durante todo o dia, vendedores de frutas permaneceram no calçadão e nas ruas do quadrilátero central, onde é proibido esse tipo de comércio.
No Daerp, apenas os serviços essenciais, como desobstrução de redes de esgoto, foram prestados, segundo Narciso Bernardino, encarregado do setor.
Wagner de Souza Rodrigues, presidente do Sindicato dos Servidores Municipais, disse que a paralisação atingiu cerca de 80% de todas as secretarias, mas foi mantido o funcionamento de 30% dos serviços. A Secretaria de Governo estimou uma adesão de 13% dos cerca de 8.000 servidores.


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