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Saúde vai gastar R$ 1,5 mi com médicos
Oscip da capital vai fornecer pediatras e clínicos que cumprirão 12.564 horas de trabalho na UBDS Central
Contratação, em caráter
emergencial, pretende
minimizar a recusa dos
médicos da rede de fazer
horas extras nos postos
HÉLIA ARAUJO
DE RIBEIRÃO PRETO
A Prefeitura de Ribeirão
vai pagar R$ 1.545.834,84 a
uma Oscip (Organização da
Sociedade Civil de Interesse
Público) de São Paulo que vai
fornecer médicos para a
UBDS (Unidade Básica Distrital de Saúde) Central. Os
profissionais começam a trabalhar na unidade no próximo sábado.
A medida visa minimizar o
caos que tomou conta da rede pública de saúde há dez
dias devido à recusa dos médicos da prefeitura de fazer
horas extras. A categoria está
em campanha salarial.
O contrato emergencial
com o Inab (Instituto Nacional Amigos do Brasil), confirmado ontem no "Diário Oficial", prevê 12.564 horas de
trabalho nos 90 dias -pode
ser prorrogado por mais três
meses. O valor corresponde a
R$ 123 por hora de trabalho.
Atualmente, o município
paga cerca de R$ 50 a hora
para médicos da rede, que
ganham R$ 4.011 por 20 horas semanais. O valor inclui
R$ 2.290,92 de salário base,
R$ 572,73 de GEA (gratificação de especialização acadêmica), R$ 801,82 de prêmio
incentivo, R$ 200,00 de vale-alimentação, R$ 76,86 de insalubridade e R$ 68,73 de critério assiduidade.
O secretário da Saúde, Stenio Miranda, disse que a contratação em caráter emergencial tem como meta evitar falta de médicos nas unidades.
Segundo ele, os médicos
pediatras e clínicos gerais do
PA (Pronto Atendimento) da
UBDS Central serão remanejados para outras unidades,
respeitando seus horários e
escolhas, e a central ficará só
com médicos do Inab.
O gerente técnico do Inab,
Ricardo de Souza, disse que,
em cada turno de 24 horas, 14
médicos -seis pediatras e oito clínicos gerais- vão trabalhar na UBDS Central.
"Fomos procurados pela
Prefeitura de Ribeirão há cerca de um mês e estávamos
em conversação. Uma das
medidas acordadas era que
os médicos da Oscip ficariam
todos numa única unidade,
para não gerar problemas
com os demais profissionais
e para ter um parâmetro do
serviço prestado."
Souza afirmou ainda que
os médicos que devem ser
contratados pela Oscip serão
buscados inicialmente em
Ribeirão mesmo, mas em último caso, podem vir de cidades vizinhas.
A Oscip existe desde 2005
e gerencia hospitais municipais de Américo Brasiliense e
Porto Ferreira. Em Bebedouro, o hospital Júlia Pinto Caldeira também pode ser gerenciado pelo Inab -o contrato está sendo negociado.
Segundo Marco Aurélio de
Almeida, presidente do sindicato dos médicos, qualquer empresa que assumir a
terceirização dos serviços
médicos na cidade será denunciada ao CRM (Conselho
Regional de Medicina).
O gerente do Inab afirmou
que, se houver qualquer tipo
de representação nesse sentido, a Oscip vai procurar as
medidas para se defender.
"Queremos que os médicos entendam que estamos
prestando um serviço a pedido da prefeitura. Não estamos querendo disputar espaço e nem entrar em confronto
com o sindicato."
Além da Oscip, a prefeitura quer convencer as faculdades de medicina a aumentar
o número de médicos nas
unidades com convênio e está chamando os 27 profissionais recém selecionados.
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