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Mesmo após ação, 478 aguardam por próteses
NGA diz que pacientes novos de 2008, 2009 e 2010 estão na fila de espera
Estado diz que injetou verbas extras de cerca de R$ 1,240 milhão e que deverá zerar a lista em outubro deste ano
JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO
Mesmo com ação judicial
do Ministério Público Estadual para zerar a espera, 478
pacientes de Ribeirão Preto e
da região que precisam de
próteses, órteses e cadeiras
de rodas já aguardam há até
três anos pelos aparelhos.
Os dados são do NGA, núcleo da prefeitura que faz a
triagem dos pacientes. O Estado, responsável pela entrega dos aparelhos, disse que
acrescentou verbas no Orçamento e que irá zerar a espera
em outubro.
Órteses são materiais como coletes, faixas e sapatos
ortopédicos. Já a prótese para braços e pernas substitui
um membro ou parte do corpo mutilados. Também há
pedido de muletas e cadeiras
de rodas. Os aparelhos são
caros: em média cada peça
custa R$ 2.000.
Segundo o NGA, que encaminha os pedidos dos aparelhos, havia 726 pessoas até
2007 sem atendimento.
A situação motivou a Promotoria a entrar com uma
ação coletiva na Justiça. Segundo o coordenador do serviço, Luiz Pasqualin, ainda
faltam 69 pessoas da ação
para serem contempladas.
Isso quer dizer que quem
fez o pedido de órtese e prótese em 2008, 2009 e 2010 está
ainda no fim da fila. São 409
novos pacientes, 68 só no último semestre.
Para o promotor Sebastião
Sérgio da Silveira, a espera
acarreta prejuízo ao tratamento. "Tem gente que fez
uma cirurgia e pede a prótese. Se ela não vem, praticamente perde a cirurgia."
Em nota, a Secretaria de
Estado da Saúde disse que
fez dois aditivos para a compra de aparelhos.
O primeiro, no valor de R$
1,040 milhão, atendeu 582
pessoas. O segundo, de R$
1,2 milhão, permitirá zerar a
fila até outubro. O Estado não
informou quantos esperam
na fila. Diz que neste ano teve
21 pedidos novos, e não 68,
como diz o NGA.
ESPERA
Só quem passa pela fila sabe a angústia da espera. O comerciante Salvador Devitte
Junior, 59, recebeu há um
ano uma nova cadeira de rodas. Paraplégico desde os 22
anos após um acidente de
carro, já teve oito cadeiras.
Ele entrou para a fila há
seis anos. A nova cadeira,
mais leve e flexível, custa cerca de R$ 2.000. "Nunca ia esperar que viesse pelo SUS
uma cadeira assim", disse.
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