Ribeirão Preto, Sábado, 24 de Julho de 2010

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Mesmo após ação, 478 aguardam por próteses

NGA diz que pacientes novos de 2008, 2009 e 2010 estão na fila de espera

Estado diz que injetou verbas extras de cerca de R$ 1,240 milhão e que deverá zerar a lista em outubro deste ano

JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO

Mesmo com ação judicial do Ministério Público Estadual para zerar a espera, 478 pacientes de Ribeirão Preto e da região que precisam de próteses, órteses e cadeiras de rodas já aguardam há até três anos pelos aparelhos.
Os dados são do NGA, núcleo da prefeitura que faz a triagem dos pacientes. O Estado, responsável pela entrega dos aparelhos, disse que acrescentou verbas no Orçamento e que irá zerar a espera em outubro.
Órteses são materiais como coletes, faixas e sapatos ortopédicos. Já a prótese para braços e pernas substitui um membro ou parte do corpo mutilados. Também há pedido de muletas e cadeiras de rodas. Os aparelhos são caros: em média cada peça custa R$ 2.000.
Segundo o NGA, que encaminha os pedidos dos aparelhos, havia 726 pessoas até 2007 sem atendimento.
A situação motivou a Promotoria a entrar com uma ação coletiva na Justiça. Segundo o coordenador do serviço, Luiz Pasqualin, ainda faltam 69 pessoas da ação para serem contempladas.
Isso quer dizer que quem fez o pedido de órtese e prótese em 2008, 2009 e 2010 está ainda no fim da fila. São 409 novos pacientes, 68 só no último semestre.
Para o promotor Sebastião Sérgio da Silveira, a espera acarreta prejuízo ao tratamento. "Tem gente que fez uma cirurgia e pede a prótese. Se ela não vem, praticamente perde a cirurgia."
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde disse que fez dois aditivos para a compra de aparelhos.
O primeiro, no valor de R$ 1,040 milhão, atendeu 582 pessoas. O segundo, de R$ 1,2 milhão, permitirá zerar a fila até outubro. O Estado não informou quantos esperam na fila. Diz que neste ano teve 21 pedidos novos, e não 68, como diz o NGA.

ESPERA
Só quem passa pela fila sabe a angústia da espera. O comerciante Salvador Devitte Junior, 59, recebeu há um ano uma nova cadeira de rodas. Paraplégico desde os 22 anos após um acidente de carro, já teve oito cadeiras.
Ele entrou para a fila há seis anos. A nova cadeira, mais leve e flexível, custa cerca de R$ 2.000. "Nunca ia esperar que viesse pelo SUS uma cadeira assim", disse.


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