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Casa de prostituição que tinha adolescente é fechada
Local funcionava às margens de rodovia em Pirangi; proprietária do local é presa
Em operação, policiais civis flagram 15 mulheres que estariam se prostituindo no local; advogado de defesa da proprietária não comenta
DOUGLAS SANTOS
ENVIADO ESPECIAL A PIRANGI
Uma casa de prostituição que
mantinha uma adolescente de
17 anos trabalhando foi fechada
anteontem à noite em operação
da Polícia Civil de Pirangi. A
proprietária do local foi presa
em flagrante por prostituição e
favorecimento à prostituição
infantil.
Adeílda Rocha, 53, dona da
casa, que funcionava às margens da rodovia Comendador
Pedro Monteleone, disse à polícia que não sabia que a adolescente estava lá. Também negou
que o local funcionasse como
casa de prostituição.
Já a adolescente disse em depoimento ao Conselho Tutelar
e à polícia que tinha ido ao local
só para assistir a um show sertanejo e negou ser prostituta
-não havia, porém, nenhuma
apresentação programada para
o dia, de acordo com o delegado
de Pirangi, Marcelo Rodrigues
Salvador.
A menina, cujo pai foi assassinado e a mãe está presa, está
sob custódia da tia -a polícia
suspeita de que ela trabalhe no
mesmo local. Após prestar depoimento, a jovem foi entregue
à tia, que mora em Bebedouro.
No momento da operação
policial, às 21h de anteontem,
havia de 10 a 15 mulheres se
prostituindo no local, de acordo com a polícia.
O delegado afirmou que nenhuma das mulheres quis confirmar que eram prostitutas
-alegaram que eram garçonetes ou cozinheiras da casa.
"No início, algumas até disseram ser prostitutas, mas ao longo dos depoimentos o discurso
foi mudando", disse.
As investigações começaram
há 90 dias, quando duas mulheres e um travesti procuraram a
polícia para denunciar que o local era uma casa de prostituição
e que viviam em condições análogas à escravidão. Afirmaram
que viviam em cárcere privado,
porque eram impedidas de sair,
e que eram mal pagas.
A polícia, então, se infiltrou
no local com microcâmeras e
escutas, para registrar o movimento. "É necessário comprovar a habitualidade da ação para ser caracterizado o crime",
afirmou Salvador.
Um computador que registrava as imagens de 16 câmeras
de vigilância foi apreendido
-indícios de cárcere privado
não foram encontrados, ainda
segundo o delegado.
Ontem, a Folha foi ao local,
mas nenhum funcionário quis
conversar. Do lado de fora da
casa era possível perceber que
havia movimento no local.
Enquanto a reportagem esteve na casa, um carro com placas de Araraquara saiu com um
homem e duas mulheres. Logo
em seguida, outro homem, que
também saía da casa, afirmou
que não havia mais "nada lá
dentro para ser visto".
O advogado da dona da casa,
Fábio Alexandre Summa, afirmou ontem que não iria se manifestar sobre o caso. Sua cliente foi encaminhada à cadeia feminina de Viradouro.
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