Em Ribeirão, presidente recebe pedidos de políticos e entidades, além de agradecimentos pelo seu governo

Dárcy pediu revisão do Censo do IBGE e Nério, a extensão de alcoolduto; já Barbieri agradeceu a atenção dada a prefeitos

ARARIPE CASTILHO
VENCESLAU BORLINA FILHO
DE RIBEIRÃO PRETO

Em sua última visita à região de Ribeirão Preto antes de deixar a Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu uma "romaria" de pedidos de prefeitos, de entidades e de empresários do setor canavieiro.
O presidente esteve ontem em Ribeirão para o início das obras do alcoolduto que ligará a cidade a Paulínia, com investimento de R$ 5,7 bilhões, segundo a Petrobras.
Marcos Jank, presidente da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), pediu intervenção para aprovação do projeto de reforma do Código Florestal, que tramita no Congresso.
"Ameaça milhares de hectares de áreas consolidadas de cana no Estado de São Paulo. A votação do relatório do deputado Aldo Rebelo [PC do B-SP] é imprescindível ainda neste ano", disse Jank.
O temor da Unica é que a transição do governo paralise o andamento do texto. Em Brasília, ontem mesmo, Rebelo aproveitou a deixa e solicitou à Câmara uma mobilização para aprovar seu relatório neste ano.
Para o empresário do setor, Maurilio Biagi Filho, é pouco provável que isso aconteça. "Não é possível concluir a votação ainda neste ano e só quem perde com isso é o Brasil", disse.
A prefeita de Ribeirão, Dárcy Vera (DEM), depois de fazer um extenso "balanço" de sua administração, baseada nas verbas que a prefeitura recebeu do governo federal, pediu a Lula que interceda para que o IBGE mude a metodologia de contagem populacional.
Segundo ela, a forma como o Censo é feito atualmente estrangula municípios e os faz perder recursos da União -mais tarde, o secretário da Casa Civil de Dárcy, Layr Luchesi Júnior, confirmou que a prefeitura questionará a contagem do IBGE.
As "variantes regionais" integram o argumento. O Censo deve apontar 602 mil moradores em Ribeirão, mas Dárcy diz que a cidade tem perto de 700 mil habitantes.
A prefeita deixou o evento logo após seu pronunciamento, mas um grupo de outros 27 prefeitos fez fila para falar com o presidente.
A a maioria queria fazer pedidos a Lula ou a membros de sua equipe, mas uma parte buscava apenas uma oportunidade para "agradecer" ao tratamento recebido durante o governo petista.
Era o caso do prefeito de Araraquara, Marcelo Barbieri (PMDB). "Acho que é uma oportunidade única de agradecer à forma como ele atendeu aos prefeitos", disse.
Já Nério Costa (PPS), prefeito de Sertãozinho, estava entre os que tinham pedidos. Ele apresentou ao presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli de Azevedo, um projeto para estender o alcoolduto, passando por sua cidade.
O balanço das ações do governo federal para o setor sucroalcooleiro foi apresentado no Centro de Eventos Taiwan, para onde a comitiva de Lula foi após inaugurar as obras do alcoolduto no terminal da Transpetro.


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