|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Nº de exames de dengue no ano cai pela metade em SP
Superintendente da Sucen diz que gripe suína pode ter fragilizado as ações antidengue
Vigilância de Ribeirão diz que ações de controle da doença foram mantidas, mas diagnósticos foram divididos com gripe suína
VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO
Caiu pela metade o número
de exames de dengue feitos
neste ano no Estado de São
Paulo, na comparação com
2008. Em 2008, o Instituto
Adolfo Lutz, da capital, realizou
cerca de 95 mil exames para detecção da doença a partir do
material coletado de pacientes
de todo o Estado, exceto em
Campinas -que realiza os exames no próprio município.
Neste ano, o número de testes não atingiu 47,5 mil, segundo a assessoria da Secretaria de
Estado da Saúde. O mesmo laboratório fez, no entanto, 36
mil exames de casos suspeitos
de gripe suína.
Não há estudos que expliquem a queda, mas Affonso Viviani Júnior, superintendente
da Sucen (Superintendência de
Controle de Endemias) no Estado, disse que a pandemia de
gripe suína pode ter fragilizado
as ações de combate à dengue
no Estado, uma vez que todas
as atenções "da mídia e da população" se voltaram para a
prevenção contra o vírus H1N1,
da nova gripe.
"Na medida em que a mídia e
a população estavam com todas
as suas atenções focadas na gripe, você acaba prejudicando algumas ações de controle de
doenças como a dengue, que
necessita da grande comunicação social e da mobilização social [para ser combatida]."
"Houve uma nova doença
que ocupou tanto a Vigilância
Epidemiológica dos municípios quanto o Adolfo Lutz. A capacidade do laboratório acabou
se voltando para os casos de gripe", disse Dalva Wanderley, diretora da Divisão de Combate
de Vetores da Sucen.
Regina Gomes de Almeida,
diretora de laboratórios do Instituto Adolfo Lutz, diz que todo
o material recebido dos municípios para diagnóstico de dengue foi submetido a testes. A
demanda, segundo a diretora, é
que foi menor neste ano. Na
avaliação dela, os municípios
podem ter priorizado a coleta
de material para o diagnóstico
da gripe suína.
A diretora do Departamento
de Vigilância em Saúde de Ribeirão Preto, Maria Luiza Santa Maria, tem outra suspeita.
No município, diz ela, as ações
de controle da dengue não foram interrompidas em razão da
gripe suína, mas os profissionais de saúde foram mais sensíveis em relação ao diagnóstico
da dengue. Isso porque, em
muitos casos, os sintomas de
gripe que normalmente eram
diagnosticados como suspeita
de dengue passaram a ser pesquisados também como suspeita de gripe suína.
Segundo ela, houve realmente uma queda no número de notificações de pacientes suspeitos de dengue -47,5% a menos
em relação a 2008-, mas, entre
os notificados, houve mais casos positivos.
Neste ano, dos 4.316 casos
considerados suspeitos em Ribeirão, 35,3% foram confirmados. Em 2008, foram 6.369 notificações, mas só 16,5% (1.056)
eram mesmo casos de dengue.
Ribeirão é a cidade do Estado
que registrou o maior número
de casos de dengue neste ano,
com 1.537 até ontem.
Texto Anterior: Painel Regional Próximo Texto: Alimentos sobem 1,24% em Ribeirão Índice
|