Ribeirão Preto, Quarta-feira, 25 de Março de 2009

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Casos de tuberculose têm alta em Ribeirão

Em 2008, foram registrados 198 casos na cidade, contra 184 do ano anterior

Para médico da Vigilância Sanitária de Ribeirão Preto, alta nas notificações se deve ao aperfeiçoamento do sistema de saúde local

BRUNA SANIELE
DA FOLHA RIBEIRÃO

Na contramão do que ocorre no país, as notificações de tuberculose tiveram alta em 2008 em Ribeirão. O aumento foi de 7,6% no ano passado, enquanto o país tem tido queda anual de 1,6% no número de casos.
De acordo com a Vigilância Sanitária, Ribeirão saltou de 184 casos notificados, em 2007, para 198, no ano passado. Para a prefeitura, o crescimento nas notificações se deve ao aperfeiçoamento do sistema de saúde.
"Parece paradoxal, mas em razão da maior procura e mobilização, aparecem casos que já existiam e estavam sem diagnóstico", afirmou Stenio Miranda, médico da Vigilância Sanitária de Ribeirão.
De acordo com o pneumologista Renato Salles de Figueiredo, de Franca, a estimativa é que 30% dos casos não sejam tratados. Na cidade, o número de novos casos caiu de 57, em 2007, para 55, no ano passado. Araraquara também teve queda e São Carlos, ligeira alta (veja quadro nesta página).
"Fiquei arrasado quando descobri [a doença]. Fiquei dois dias sem sair da cama", afirmou o auxiliar de pedreiro Rodrigo da Silva, 23.
Ele disse ter vivido situações de discriminação. "Entrei no ônibus com a máscara e as pessoas me olhavam com medo. Por isso, muita gente prefere não usar e acaba contaminando os outros", afirmou.
A tuberculose afeta principalmente os pulmões. A doença é transmitida pelo ar pela tosse, fala ou espirro. Após três semanas de tosse com catarro, é preciso procurar o médico para diagnóstico. A doença causa cansaço e emagrecimento. O tratamento, de seis meses, não pode ser interrompido.
Para garantir que mais pessoas procurem e continuem fazendo tratamento, agentes do Ministério da Saúde frequentam locais com maior incidência da doença para oferecer informações e exames. Em Ribeirão Preto, a taxa de abandono ao tratamento, que já foi de 20% no início da década, é de 3%. No país, é de 8%.


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