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Casos de tuberculose têm alta em Ribeirão
Em 2008, foram registrados 198 casos na cidade, contra 184 do ano anterior
Para médico da Vigilância Sanitária de Ribeirão Preto, alta nas notificações se
deve ao aperfeiçoamento do sistema de saúde local
BRUNA SANIELE
DA FOLHA RIBEIRÃO
Na contramão do que ocorre
no país, as notificações de tuberculose tiveram alta em 2008
em Ribeirão. O aumento foi de
7,6% no ano passado, enquanto
o país tem tido queda anual de
1,6% no número de casos.
De acordo com a Vigilância
Sanitária, Ribeirão saltou de
184 casos notificados, em 2007,
para 198, no ano passado. Para a
prefeitura, o crescimento nas
notificações se deve ao aperfeiçoamento do sistema de saúde.
"Parece paradoxal, mas em
razão da maior procura e mobilização, aparecem casos que já
existiam e estavam sem diagnóstico", afirmou Stenio Miranda, médico da Vigilância Sanitária de Ribeirão.
De acordo com o pneumologista Renato Salles de Figueiredo, de Franca, a estimativa é
que 30% dos casos não sejam
tratados. Na cidade, o número
de novos casos caiu de 57, em
2007, para 55, no ano passado.
Araraquara também teve queda e São Carlos, ligeira alta (veja quadro nesta página).
"Fiquei arrasado quando
descobri [a doença]. Fiquei dois
dias sem sair da cama", afirmou
o auxiliar de pedreiro Rodrigo
da Silva, 23.
Ele disse ter vivido situações
de discriminação. "Entrei no
ônibus com a máscara e as pessoas me olhavam com medo.
Por isso, muita gente prefere
não usar e acaba contaminando
os outros", afirmou.
A tuberculose afeta principalmente os pulmões. A doença
é transmitida pelo ar pela tosse,
fala ou espirro. Após três semanas de tosse com catarro, é preciso procurar o médico para
diagnóstico. A doença causa
cansaço e emagrecimento. O
tratamento, de seis meses, não
pode ser interrompido.
Para garantir que mais pessoas procurem e continuem fazendo tratamento, agentes do
Ministério da Saúde frequentam locais com maior incidência da doença para oferecer informações e exames. Em Ribeirão Preto, a taxa de abandono
ao tratamento, que já foi de
20% no início da década, é de
3%. No país, é de 8%.
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