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Greve esvazia escolas, creches e postos
DA FOLHA RIBEIRÃO
O segundo dia da greve dos
servidores da Prefeitura de Ribeirão Preto, ontem, esvaziou a
maior escola da rede municipal, a Alpheu Gasparini, no Ipiranga, onde não houve aula.
Nos três períodos, a escola tem
cerca de 2.300 alunos. Na manhã de ontem, porém, apenas
dois estudantes deficientes auditivos estavam em sala de aula
com professores de libras. Em
dias normais, eles estariam
com mais 35 alunos.
Segundo a Folha apurou, os
professores -cerca de 15 concursados e 30 contratados por
período- chegaram a ir trabalhar, mas não deram aulas por
pressão do sindicato.
Houve problema também
nas creches. Na Alaor Galvão,
na Vila Virgínia, onde a reportagem esteve pela manhã, alguns pais desistiram de deixar
os filhos nas classes ao perceber que as professoras efetivas
haviam entrado em greve.
"A professora dela não está
aí. E a gente não tem coragem
de deixar com outra pessoa. O
jeito vai ser faltar do emprego
hoje, porque não tem com
quem deixar", disse o motorista Davi Renato Fantim, 34, pai
de Maria Eduarda, de dois anos
e nove meses de idade.
Na manhã de ontem, segundo o Sindicato dos Servidores
Municipais, houve adesão à
greve em 13 creches -a entidade não contabilizava ainda a
Alaor Galvão-, 19 pré-escolas e
dez escolas, incluindo a Alpheu
Gasparini. À tarde, a entidade
ainda não havia fechado balanço da paralisação.
Três professores da rede, incluindo duas educadoras de
creche, disseram que em pelo
menos duas unidades de educação infantil - uma delas a
Roberto Taranto- funcionários de outros setores, como
uma que trabalha na cozinha,
estavam cuidando de crianças.
A Folha não conseguiu ouvir
a secretária da Educação, Débora Vendramini. A diretora da
creche, que não se identificou e
disse que estava proibida de falar, afirmou que a informação
era uma "inverdade".
Ontem, nas unidades de saúde, o movimento estava mais
tranquilo porque os pacientes
não compareceram -ao contrário de anteontem, quando
houve o tumulto. Na UBDS
Central, apenas 30 pessoas
eram atendidas por volta das
9h30 nos setores de urgência,
farmácia, ortopedia e vacinação. Em dias normais, o movimento na unidade chega a ser
de 800 pacientes.
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