Ribeirão Preto, Sexta-feira, 25 de Março de 2011

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Em falta nas usinas, etanol já custa R$ 2,28

Motoristas fazem fila à espera da liberação de álcool em frente às empresas Jardest e Vale do Rosário, na região

Unica diz que 30 fábricas já iniciaram a moagem da cana para para controlar os estoques até abril

Edson Silva/Folhapress
Caminhoneiros aguardam, em frente à usina Vale do Rosário, em Morro Agudo, a liberação de etanol para o transporte até distribuidoras de Paulínia

VENCESLAU BORLINA FILHO
EDSON SILVA
DE RIBEIRÃO PRETO

A escassez acentuada de etanol na entressafra da cana-de-açúcar tem gerado filas de caminhões nas usinas que ainda têm o produto para vender. Nos postos de combustíveis da região de Ribeirão -maior polo produtor do país-, o preço já chegou a R$ 2,28 o litro.
Após altas seguidas no valor do produto, a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) divulgou ontem que 30 usinas da região centro-sul do país anteciparam a produção para controlar os estoques até o início da nova safra, no final de de abril.
Já nas usinas, o etanol é vendido às distribuidoras por até R$ 2,03 o litro -recorde das últimas semanas.
Apesar disso, o Sincopetro (sindicato que representa os postos) diz que o preço não deve subir mais. "Não acredito [nisso] porque o álcool acabou nas usinas", disse o presidente regional da entidade, Oswaldo Manaia.
Na fila de caminhões verificadas ontem em algumas usinas da região de Ribeirão, os motoristas aguardam abastecimento para transporte desde segunda-feira.
Numa delas, a Jardest, do grupo Louis Dreyfus, em Jardinópolis, ao menos 30 caminhões aguardavam o abastecimento ontem. Na Vale do Rosário, em Morro Agudo, do mesmo grupo, havia 50 caminhões à espera.
O supervisor da transportadora Transac, Marcelo Dalar, 25, disse que pelo menos seis motoristas estavam à espera de abastecimento na Jardest ontem -um deles desde segunda-feira.
Dalar transporta o combustível para Paulínia para a Ipiranga. De lá, o combustível é comercializado para os postos de combustíveis de boa parte do Estado.
O encarregado de operações da transportadora Veronese, Ricardo Jonas, 27, afirmou que na semana passada um caminhão da empresa permaneceu por 36 horas na Usina Colorado, em Guaíra, à espera de abastecimento.
Na São Francisco, do grupo Balbo, em Sertãozinho, a moagem só será iniciada em 2 de maio, segundo o diretor da unidade, Jairo Balbo.
Atualmente, a unidade dispõe de 1 milhão de litros de etanol hidratado, o que é pouco, segundo Balbo.
"O preço chegou onde chegou porque não há oferta e o governo não faz o que tem de fazer, que é a regulação no setor", disse.
O grupo Louis Dreyfus informou, por meio de sua assessoria, que as filas ocorrem por causa da concentração do combustível nas unidades e que será adotado três turnos (24 horas) para carregamento dos caminhões.


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