Ribeirão Preto, Sexta-feira, 25 de Junho de 2010

Próximo Texto | Índice

Médicos voltam, mas Oscip é mantida

Mesmo com fim da operação padrão de médicos da rede municipal, prefeitura confirma terceirização de UBDS

Categoria ameaça entrar com ação para barrar a contratação de Oscip, que assume posto neste final de semana

Edson Silva/Folhapress
Pacientes aguardam na UBDS Central de Ribeirão; só médicos contratados pela Inab vão cuidar do pronto-atendimento

DE RIBEIRÃO PRETO

Mesmo após os médicos da rede municipal de Ribeirão Preto terem aceitado a proposta de aumento de R$ 630, encerrando a operação padrão, a prefeitura disse que vai manter a contratação da Oscip Inab (Instituto Nacional Amigos do Brasil).
A terceirizada assume amanhã o atendimento na UBDS (Unidade Básica Distrital de Saúde) Central.
Anteontem, após assembleia feita pelo Simesp (Sindicato dos Médicos do Estado), que pôs fim à ameaça de greve, a categoria disse que, se a prefeitura insistir na Oscip, entrará com ação para barrar a contratação.
De acordo com o secretário da Saúde de Ribeirão, Stenio Miranda, a contratação do Inab é "irreversível".
"A decisão [de contratar uma Oscip] deveria ser tomada de qualquer forma, para que se tenha a possibilidade de experimentar uma gestão diferente e dar agilidade."
O secretário prevê que, com a terceirização, será possível reduzir, em 30 dias, até 90% do total de horas extras que era feito pelos médicos da rede pública.
De acordo com Geraldo José Gonçalves da Silva, assistente técnico do Inab, serão contratados cinco clínicos-gerais e dois pediatras para trabalhar no plantão de 12 horas na UBDS Central amanhã. No domingo vão trabalhar no plantão quatro clínicos e dois pediatras.
Silva disse ainda que, para este final de semana, nenhum médico que já trabalha na rede foi contratado pela Oscip, mas alguns deles demonstraram interesse e podem ser contratados na próxima semana.
O Simesp disse que, legalmente, não há impedimento para os médicos trabalharem para a Oscip. "A questão é moral, quando o profissional deitar a cabeça no travesseiro. Mas não tem punição legal", disse Renato Arena, que assumiu a presidência do Simesp no lugar de Marco Aurélio de Almeida, que se licenciou por 90 dias.
A decisão de aceitar o aumento na bonificação, proposto pela Promotoria, segundo Arena, foi em solidariedade à população, mas as negociações continuam.
(LIGIA SOTRATTI E HÉLIA ARAUJO)


Próximo Texto: Sindicato quer aumento igual para servidores
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.