Ribeirão Preto, Sábado, 25 de Junho de 2011 |
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"Licitação ineficaz" reduz coleta seletiva do lixo em Barretos Há 20 dias, empresa responsável pelo serviço rompeu contrato com a prefeitura da cidade alegando prejuízo Depois do problema, moradores têm misturado lixo reciclável ao orgânico para não gerar acúmulo
ELIDA OLIVEIRA ENVIADA ESPECIAL A BARRETOS Há pelo menos 20 dias, a cidade de Barretos está sem uma empresa responsável pela coleta seletiva de lixo. Moradores da cidade têm misturado o lixo reciclável ao orgânico para não acumular o material em casa. Segundo o prefeito reeleito, Emanoel Mariano Carvalho (PTB), a empresa responsável pela coleta seletiva rompeu o contrato após alegar "prejuízo" com o serviço. Ele mesmo diz que o modelo da primeira licitação foi ineficaz (leia texto abaixo). A prefeitura estima que Barretos produza 50 toneladas de recicláveis por mês. Sem a separação correta nas casas e comércios, o lixo segue para o aterro sanitário. Em novembro de 2009, a coleta seletiva da cidade foi anunciada como parte do programa Município Verde. Pela proposta, a separação do lixo estava vinculada a um desconto de 10% no IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). Cada casa e ponto comercial recebeu um cartão com códigos de barras, nome e endereço. Eles eram lidos a cada coleta, por um sistema óptico, para depois registrar o desconto no imposto. Ontem, a Folha esteve na usina de triagem, local para onde os recicláveis são enviados. Segundo a coordenadora Elizabete Aparecida de Souza, cinco toneladas de recicláveis chegam da rua todos os dias -10% do que é gerado pela cidade. A usina tem capacidade de reciclar 300 toneladas de lixo por mês, o suficiente para a demanda, mas, segundo o próprio prefeito, faltam funcionários. Pilhas de papelão, plásticos e outros materiais se acumulavam ao redor da prensa. Elizabete diz que, para conseguir prensar todo o material que chega, seria necessário dobrar o número de funcionários na usina. "Temos dez catadores, mas seriam necessários de 15 a 20", diz Elizabete. CATADORES Enquanto a coleta seletiva não se reestrutura, catadores recolhem os materiais recicláveis das calçadas. Paulo Roberto Toge, 43, conhecido como Milão, diz que depois de a prefeitura implantar a coleta seletiva, ele tinha renda de R$ 300 vendendo papelão e plástico para reciclagem. Agora, com a suspensão do serviço, a renda está em torno de R$ 500. Nesta semana, a Câmara aprovou o requerimento do vereador da oposição André Rezek (PMDB), pedindo explicações sobre o caso. O parlamentar é sobrinho do ex-prefeito Uebe Rezek (PMDB), atual secretário de Participação e Parceria da Prefeitura de São Paulo. A administração de Barretos terá 15 dias para se pronunciar sobre o caso. Próximo Texto: Frase Índice | Comunicar Erros |
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