Ribeirão Preto, Sábado, 25 de Julho de 2009

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Promotor apura quantidade de lixo reciclável vendido

Sebastião Donizete Lopes quer saber se a prefeitura descartou material acumulado

Ribeirão vende o lixo que não consegue triar para uma empresa de Mirassol; Daerp reduziu coleta seletiva em 25% na cidade

DA FOLHA RIBEIRÃO

O promotor do Meio Ambiente Urbano de Ribeirão Preto, Sebastião Donizete Lopes, quer saber quanto lixo reciclável foi comprado pela empresa de Mirassol que recebeu o material da coleta seletiva que a cooperativa "Mãos Dadas", criada com o apoio da Secretaria da Assistência Social, não conseguiu triar.
O objetivo da Promotoria é saber se a prefeitura jogou fora material acumulado num período anterior aos últimos 30 dias. Lopes abriu inquérito para investigar se o lixo reciclável foi descartado com o doméstico. A suspeita foi revelada pela Folha no último dia 8.
Nas últimas duas semanas, um oficial da Promotoria realizou averiguações e constatou que quantidade não estimada de lixo reciclável foi armazenada em caçambas, levada à empresa Leão Ambiental, responsável pela coleta, e depois vendida para a empresa de Mirassol, cujo nome não foi divulgado pela prefeitura.
O resultado da averiguação, no entanto, não responde à suspeita da promotoria, que vai continuar investigando o que foi feito com o lixo reciclável excedente no período anterior aos últimos 30 dias.
Segundo Lopes, não está descartada a possibilidade de interrogatórios de funcionários do Daerp (Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto), que paga pela coleta da prefeitura, da cooperativa e da Leão Ambiental. A investigação será feita também pela Promotoria da Cidadania.
O promotor disse que nunca houve controle por parte da prefeitura sobre a destinação do lixo reciclável, cuja coleta, segundo o Daerp, custa 337,8% a mais do que a do lixo comum e também é realizada pela empresa Leão Ambiental.
Desde o final do ano passado, com a desativação pela prefeitura da usina de reciclagem administrada até então por uma outra cooperativa, a Cooperútil, a estrutura de trabalho para triagem e venda do lixo reciclável tornou-se mais precária. Diariamente, são coletadas entre 5 e 6 toneladas de lixo reciclável, mas os 35 recicladores da Mãos Dadas, que trabalhavam até ontem de forma improvisada em um galpão no Parque Permanente de Exposições, só conseguiam triar a metade. Por causa disso, o excedente do lixo passou a ser "exportado" para Mirassol e o Daerp reduziu em 25% a coleta seletiva. VERIDIANA RIBEIRO


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