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Promotor apura quantidade de lixo reciclável vendido
Sebastião Donizete Lopes quer saber se a prefeitura descartou material acumulado
Ribeirão vende o lixo que não consegue triar para uma empresa de Mirassol; Daerp reduziu coleta seletiva em 25% na cidade
DA FOLHA RIBEIRÃO
O promotor do Meio Ambiente Urbano de Ribeirão Preto, Sebastião Donizete Lopes,
quer saber quanto lixo reciclável foi comprado pela empresa
de Mirassol que recebeu o material da coleta seletiva que a
cooperativa "Mãos Dadas",
criada com o apoio da Secretaria da Assistência Social, não
conseguiu triar.
O objetivo da Promotoria é
saber se a prefeitura jogou fora
material acumulado num período anterior aos últimos 30
dias. Lopes abriu inquérito para investigar se o lixo reciclável
foi descartado com o doméstico. A suspeita foi revelada pela
Folha no último dia 8.
Nas últimas duas semanas,
um oficial da Promotoria realizou averiguações e constatou
que quantidade não estimada
de lixo reciclável foi armazenada em caçambas, levada à empresa Leão Ambiental, responsável pela coleta, e depois vendida para a empresa de Mirassol, cujo nome não foi divulgado pela prefeitura.
O resultado da averiguação,
no entanto, não responde à
suspeita da promotoria, que vai
continuar investigando o que
foi feito com o lixo reciclável
excedente no período anterior
aos últimos 30 dias.
Segundo Lopes, não está descartada a possibilidade de interrogatórios de funcionários
do Daerp (Departamento de
Água e Esgotos de Ribeirão
Preto), que paga pela coleta da
prefeitura, da cooperativa e da
Leão Ambiental. A investigação será feita também pela Promotoria da Cidadania.
O promotor disse que nunca
houve controle por parte da
prefeitura sobre a destinação
do lixo reciclável, cuja coleta,
segundo o Daerp, custa 337,8%
a mais do que a do lixo comum
e também é realizada pela empresa Leão Ambiental.
Desde o final do ano passado,
com a desativação pela prefeitura da usina de reciclagem administrada até então por uma
outra cooperativa, a Cooperútil, a estrutura de trabalho para
triagem e venda do lixo reciclável tornou-se mais precária.
Diariamente, são coletadas entre 5 e 6 toneladas de lixo reciclável, mas os 35 recicladores
da Mãos Dadas, que trabalhavam até ontem de forma improvisada em um galpão no
Parque Permanente de Exposições, só conseguiam triar a metade. Por causa disso, o excedente do lixo passou a ser "exportado" para Mirassol e o
Daerp reduziu em 25% a coleta
seletiva.
VERIDIANA RIBEIRO
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