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TCE elogia o plano de São Carlos de formar parceria para o lixo
Licitação para escolher a empresa que deverá investir cerca de R$ 179 mi foi reaberta pela prefeitura anteontem
Professor da FGV diz que modelo é inédito e se justifica pela necessidade de um grande aporte financeiro imediato
ROBERTO MADUREIRA
DA FOLHA RIBEIRÃO
A proposta inédita da formação de uma PPP (parceria público-privada) para gerir o lixo
em São Carlos, cuja licitação foi
reaberta, recebe elogios do
TCE (Tribunal de Contas do
Estado) e é vista por especialistas como possível solução para
municípios que tiveram aterros
sanitários interditados.
O contrato de 20 anos, que
pode ser prorrogado, prevê que
a vencedora da licitação invista
neste período R$ 179,2 milhões, incluindo o custo da desapropriação da área do novo
aterro e da sua implantação
(cerca de R$ 19 milhões).
A empresa será responsável
pela coleta, transbordo, reciclagem, tratamento do chorume e
do lixo hospitalar.
O município atualmente gasta cerca de R$ 7 milhões anuais
com o serviço e passará a gastar
R$ 9 milhões. Ainda assim,
conseguiu provar ao órgão que
o plano é viável.
"Era preciso um aporte de
cerca de R$ 19 milhões para a
criação do aterro, o que não tínhamos como tirar do orçamento", disse o prefeito, Oswaldo Baptista Duarte (PT).
A licitação foi lançada em
meados de 2008, mas foi contestada no TCE por algumas
empresas participantes. Anteontem, depois de dois dias de
julgamento, o órgão deu parecer favorável após alteração de
alguns detalhes no edital.
Entre eles, os mais importantes são a necessidade de um estudo financeiro da prefeitura
antes da renovação do contrato, após 20 anos, e a criação de
uma fase preliminar de eliminação de concorrentes por falta
de capacidade técnica.
O ponto mais polêmico, o da
viabilidade financeira, passou
sem alteração. No julgamento,
o TCE elogiou, entre outros
pontos, a desvinculação do pagamento à quantidade de lixo
coletada, o que induzia a fraudes, argumentou o órgão.
Para o professor de direito
administrativo da FGV Alexandre Motonaga, o modelo é inédito e se justifica pela necessidade de um grande aporte financeiro imediato -no caso,
para o novo aterro sanitário.
"É necessária atenção para o
fato de que a PPP não pode ser
utilizada como pretexto para
uma simples contratação de
prestação de serviço, o que não
se enquadra neste caso, já que
após os 20 anos, o aterro deve
ficar com a prefeitura", disse.
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