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Aeroporto e rodoviária barram turismo
Mesmo reformadas, as portas de entrada de Ribeirão são apontadas como os gargalos das viagens de negócio
Estrutura hoteleira, sinalização viária e mão de obra são adequadas para "jogar na segunda divisão", diz dirigente
Márcia Ribeiro/Folhapress
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Operários trabalham na construção de centro de convenções da Pereira Alvim, em área valorizada de Ribeirão Preto
JEAN DE SOUZA
DE RIBEIRÃO PRETO
Considerado pelo Ministério do Turismo uma referência para o turismo de negócios e eventos no país, Ribeirão terá de se equipar melhor
para atender a demanda
crescente desse segmento. A
mudança precisa começar
pelas portas de entrada.
Os recém reformados aeroporto Leite Lopes e terminal
rodoviário são, nessa ordem,
os principais gargalos para o
desenvolvimento do turismo
focado em feiras, convenções e eventos, segundo especialistas, profissionais e
representantes do setor ouvidos pela Folha.
A estrutura hoteleira, o sistema de sinalização viário, a
mão de obra especializada e
os serviços de receptividade
são outros pontos que merecem reparos, embora não
preocupem tanto.
"Para jogar na segunda divisão, está bom. Mas para jogar na primeira, precisamos
melhorar tudo", diz Márcio
Santiago, presidente do Convention & Visitor Bureau de
Ribeirão.
Segundo ele, o crescimento da economia atrelado à
crescente atratividade da cidade torna urgente a discussão sobre a estrutura de Ribeirão como anfitriã.
"Se formos receber o volume de eventos que estamos
trabalhando para receber,
esse aeroporto não resolve,
está longe de suprir as demandas da cidade."
A rodoviária, considerada
"indecente", também está
aquém das necessidades do
turismo de negócios, de acordo com Santiago.
O presidente do Sindicato
dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Ribeirão,
Carlos Frederico Marques, é
ainda mais crítico em relação
às condições do aeroporto e
da rodoviária.
"Nosso aeroporto não tem
acesso, não tem acomodação. Temos a menor esteira
rolante do mundo."
A esteira a que ele se refere
será trocada dentro de quatro
meses, de acordo com a direção do aeroporto.
A impressão causada nos
visitantes que desembarcam
também não é boa, de acordo
com Marques.
Para o presidente da ACI-RP (Associação Comercial e
Industrial de Ribeirão Preto),
José Carlos Carvalho, rodoviária e aeroporto são temas
"preocupantes".
"A rodoviária tem que ter
mais ligações com o aeroporto, tem que ter uma articulação para receber quem chega
à cidade", afirmou.
A coordenadora do Centro
de Convenções Ribeirão Preto, Deocélia Jardim, concorda. São comuns, segundo
ela, reclamações de clientes
sobre a dificuldade em conseguir táxi do Leite Lopes até
o centro da cidade.
Opções de voos e a estrutura do aeroporto também são
pontos questionáveis. "Já
perdi dois eventos por falta
de horários de voos adequados", disse Jardim.
Presidente do Conselho
Municipal de Turismo e coordenador do curso de turismo
do Centro Universitário Barão de Mauá, Márcio Esteves
diz que a estrutura aeroviária
de Ribeirão é satisfatória para o volume de eventos que a
cidade realiza atualmente,
mas tem que ser repensada
para o futuro.
"Se, no futuro, você fizer
centros de convenções para
abrigar eventos maiores, o
que temos não dá."
A rodoviária, diz ele, é menos preocupante, já que o turista que viaja a negócios usa
o transporte aéreo.
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