Ribeirão Preto, Sábado, 25 de Outubro de 2008

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Homem mata a mãe e fere mulher e filhos

Polícia de Franca diz que Helder Massucato Rezende, 45, atirou na cabeça da família e depois se suicidou

Ricardo Nogueira/Folha Imagem
Movimentação de familiares, vizinhos e policiais na frente da casa dos Rezende, onde houve os crimes

VERIDIANA RIBEIRO
ENVIADA ESPECIAL A FRANCA
RAQUEL ILIANO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO

O ex-seminarista Helder Massucato Rezende, 45, matou, segundo a polícia, sua mãe, Lourdes Massucato Rezende, 74, e atirou na cabeça da mulher e dos três filhos pequenos. Na seqüência, se matou. Os crimes ocorreram ontem de manhã na casa dos pais de Helder, no centro de Franca.
Valéria Gomes Freitas, 37, e os três filhos, as gêmeas Letícia e Júlia Freitas Massucato Rezende, 10, e Alexandre Freitas Massucato Rezende, 7, estão internados na Santa Casa de Franca. O caso das crianças é considerado gravíssimo.
O casal e os filhos tinham se mudado para a casa dos pais de Helder, uma família de classe média, havia 15 dias.
Segundo o delegado do setor de homicídios da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Franca, Márcio Murari, Rezende não trabalhava, sofria de depressão, tomava remédios controlados e, de acordo com depoimento de familiares, usava álcool e cocaína. A mulher dele era dona de um salão de beleza com 30 funcionários.
A polícia não tem dúvidas de que foi Helder quem atirou devido a seu histórico de depressão, porque a arma dos crimes foi encontrada ao lado do corpo dele e devido ao depoimento de vizinhos e parentes.
A hipótese mais provável é que o ex-seminarista e a mulher tenham discutido antes dos disparos na sala, onde o corpo dela foi encontrado. "Depois, ele teria alvejado as filhas em um quarto, o filho no outro, a mãe no corredor e, por fim, se matado", disse Murari.
Valéria chegou consciente ao hospital, em estado de confusão mental, e passou por cirurgia. Júlia e o irmão Alexandre também foram operados. Segundo o neurocirurgião Sinésio Grace Duarte, todos foram atingidos na cama com um tiro à queima-roupa.
"A situação da Letícia é um pouco mais grave do que a dos outros pacientes e uma cirurgia não traria benefício nenhum a ela", disse o médico, acrescentando que a mãe das crianças é a que tem mais chances de sobreviver.
De acordo com o neurocirurgião, as crianças sofreram mais danos porque a bala transfixou a cabeça delas, atingindo mais gravemente o cérebro, enquanto o tiro que atingiu Valéria se desviou para a parte frontal da cabeça, causando um ferimento mais superficial.
O pai de Helder, Augostinho Rezende Araújo, 77, havia saído de casa cedo para ir ao hospital. Ele também foi levado para a Santa Casa pela manhã em estado de choque e foi sedado.

Relatos
Parentes do casal ouvidos pela Folha contaram que a família se mudou para a casa onde o crime aconteceu, na rua Ouvidor Freire, a pedido da mãe de Helder, que queria ajudá-lo a cuidar dos netos. As informações eram de que o ex-seminarista andava deprimido.
"Ele já usou drogas, foi alcoólatra e tinha problema de depressão. Eu acho que foi loucura que deu na cabeça dele", afirmou o cunhado de Helder, José de Souza Andrade, que mora na casa ao lado.
"Crime como esse eu nunca tinha presenciado nos meus 17 anos de polícia. Foi uma barbárie", disse o delegado da DIG.


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