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Homem mata a mãe e fere mulher e filhos
Polícia de Franca diz que Helder Massucato Rezende, 45, atirou na cabeça da família e depois se suicidou
Ricardo Nogueira/Folha Imagem
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Movimentação de familiares, vizinhos e policiais na frente da casa dos Rezende, onde houve os crimes
VERIDIANA RIBEIRO
ENVIADA ESPECIAL A FRANCA
RAQUEL ILIANO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO
O ex-seminarista Helder
Massucato Rezende, 45, matou, segundo a polícia, sua mãe,
Lourdes Massucato Rezende,
74, e atirou na cabeça da mulher e dos três filhos pequenos.
Na seqüência, se matou. Os crimes ocorreram ontem de manhã na casa dos pais de Helder,
no centro de Franca.
Valéria Gomes Freitas, 37, e
os três filhos, as gêmeas Letícia
e Júlia Freitas Massucato Rezende, 10, e Alexandre Freitas
Massucato Rezende, 7, estão
internados na Santa Casa de
Franca. O caso das crianças é
considerado gravíssimo.
O casal e os filhos tinham se
mudado para a casa dos pais de
Helder, uma família de classe
média, havia 15 dias.
Segundo o delegado do setor
de homicídios da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de
Franca, Márcio Murari, Rezende não trabalhava, sofria de depressão, tomava remédios controlados e, de acordo com depoimento de familiares, usava
álcool e cocaína. A mulher dele
era dona de um salão de beleza
com 30 funcionários.
A polícia não tem dúvidas de
que foi Helder quem atirou devido a seu histórico de depressão, porque a arma dos crimes
foi encontrada ao lado do corpo
dele e devido ao depoimento de
vizinhos e parentes.
A hipótese mais provável é
que o ex-seminarista e a mulher tenham discutido antes
dos disparos na sala, onde o
corpo dela foi encontrado. "Depois, ele teria alvejado as filhas
em um quarto, o filho no outro,
a mãe no corredor e, por fim, se
matado", disse Murari.
Valéria chegou consciente ao
hospital, em estado de confusão mental, e passou por cirurgia. Júlia e o irmão Alexandre
também foram operados. Segundo o neurocirurgião Sinésio
Grace Duarte, todos foram
atingidos na cama com um tiro
à queima-roupa.
"A situação da Letícia é um
pouco mais grave do que a dos
outros pacientes e uma cirurgia
não traria benefício nenhum a
ela", disse o médico, acrescentando que a mãe das crianças é
a que tem mais chances de sobreviver.
De acordo com o neurocirurgião, as crianças sofreram mais
danos porque a bala transfixou
a cabeça delas, atingindo mais
gravemente o cérebro, enquanto o tiro que atingiu Valéria se
desviou para a parte frontal da
cabeça, causando um ferimento mais superficial.
O pai de Helder, Augostinho
Rezende Araújo, 77, havia saído
de casa cedo para ir ao hospital.
Ele também foi levado para a
Santa Casa pela manhã em estado de choque e foi sedado.
Relatos
Parentes do casal ouvidos pela Folha contaram que a família se mudou para a casa onde o
crime aconteceu, na rua Ouvidor Freire, a pedido da mãe de
Helder, que queria ajudá-lo a
cuidar dos netos. As informações eram de que o ex-seminarista andava deprimido.
"Ele já usou drogas, foi alcoólatra e tinha problema de depressão. Eu acho que foi loucura que deu na cabeça dele",
afirmou o cunhado de Helder,
José de Souza Andrade, que
mora na casa ao lado.
"Crime como esse eu nunca
tinha presenciado nos meus 17
anos de polícia. Foi uma barbárie", disse o delegado da DIG.
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