Ribeirão Preto, Terça-feira, 25 de Novembro de 2008

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Preço do álcool sobe pela 3ª vez seguida na usina

Alta deve chegar às bombas até o fim de semana

ROBERTO MADUREIRA
DA FOLHA RIBEIRÃO

Seguindo a tendência de altas consecutivas, o álcool hidratado vendido pelas usinas às distribuidoras de combustíveis alcançou o valor de R$ 0,7654 no último dia 21. Foi o maior preço desde maio, quando foi vendido a R$ 0,7659.
No dia 7 de novembro, o preço do combustível na usina era R$ 0,6823. Aumentou 7,3% na semana seguinte e atingiu R$ 0,7325. O acréscimo da última semana foi de 4,5%.
Os dados são do levantamento semanal de preço do Cepea (Centro de Estudos Avançados de Economia Aplicada), da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queirós).
A nova alta deve significar aumento de preço para os consumidores nas bombas até o fim desta semana, segundo as entidades que representam os donos de postos.
"Eu apostaria que até o final de semana esse repasse chegará ao consumidor. Nas bombas, isso deve significar aumento de até R$ 0,10 por litro", disse Renê Abbade, representante regional da Brascombustíveis (Associação Brasileira do Comércio Varejista de Combustíveis Automotivos).
O preço médio do litro do álcool registrado pela ANP (Agência Nacional do Petróleo) em Ribeirão no mês de novembro foi de R$ 1,366 por litro.
Segundo Abbade, a única chance de o aumento ser amenizado é o medo dos comerciantes da concorrência.
Segundo o dirigente regional do Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo), Oswaldo Manaia, a alta nas usinas não se justifica.
"Nós já absorvemos a última alta [7,3% na semana passada] sem repasse. Dessa vez, vai ser impossível", afirmou.
De acordo com as instituições, a sobra de álcool neste ano e o anúncio de antecipação do início da safra 2009/2010 de cana-de-açúcar seriam motivos para manter o preço estável.
O diretor regional da Unica (União das Indústrias de Cana-de-Açúcar), Sérgio Prado, disse que o aumento não tem a ver com a safra, mas sim com a relação de oferta e demanda.
"O preço estava depreciado nos últimos dois anos e o que está acontecendo é um reequilíbrio no mercado. A tendência momentânea é que permaneça assim. No início do ano, em janeiro, por exemplo, tivemos queda de preço em plena entressafra", disse.


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