Ribeirão Preto, Sexta-feira, 25 de Dezembro de 2009

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Ribeirão é a "capital do interior" em livrarias

Cidade tem sete grandes lojas de redes nacionais, mesmo número de Campinas, que tem praticamente o dobro da população

Perfil universitário, alta renda da cidade e o fato de atrair compradores da região explicam interesse das redes por Ribeirão


Edson Silva/Folha Imagem
Isabel Donato folheia livro na sessão infantil da Fnac, no Ribeirão Shopping; megalivraria abriu sua unidades do interior em outubro

JULIANA COISSI
DA FOLHA RIBEIRÃO

Fora do eixo cultural da grande São Paulo, Ribeirão Preto destaca-se por ter um recorde de livrarias de rede entre as cidades do interior. A quantidade de megalivrarias disponíveis empata com Campinas, que tem praticamente o dobro da população.
A constatação foi feita pela Folha com base no número de lojas das seis principais redes de livrarias do país -são elas Fnac, Siciliano, Saraiva, Cultura, Nobel e Paraler. O perfil universitário e a alta renda da cidade explicam o interesse das megalivrarias por Ribeirão, segundo as redes.
No município, de 563 mil habitantes, existem sete megalivrarias. São duas lojas da Megastore Saraiva, uma da Fnac, inaugurada no final de outubro, três da Paraler e uma da Siciliano, que foi adquirida pela rede Saraiva.
Campinas, com população de 1,064 milhão de habitantes, possui também sete livrarias de rede -uma loja da Fnac, uma da rede Saraiva, uma da Siciliano, uma da Cultura e três unidades da Nobel.
Além de Ribeirão, São Carlos, que tem duas universidades públicas (USP e UFSCar) é a única da região com duas livrarias de rede -a Siciliano, na avenida São Carlos, e a Nobel. Também há uma livraria da Nobel em Barretos e outra em Araraquara.
Segundo o diretor-presidente da Saraiva, Marcílio D'Amico Pousada, outro fator de atração em Ribeirão é o fato de a cidade ser visitada por pessoas da região. "Temos cerca de 3.000 clientes que são de outras cidades, como Franca, Araraquara e Jaboticabal, além do sul de Minas Gerais."

Perfil do leitor
Segundo a gerente de comunicação Débora Palma, a Fnac de Ribeirão é a única loja de interior escolhida pela rede -a de Campinas, diz ela, surgiu para absorver a demanda da capital.
"Ribeirão tem uma demanda alta de leitura pela renda per capita. Pelo fato de a cidade ser um polo universitário, já se tornou também um polo cultural que atrai pessoas intelectualizadas", disse.
O perfil do leitor de Ribeirão indica predomínio das mulheres. Elas procuram, principalmente, os chamados livros de autodesenvolvimento -como religião e autoajuda, mas há leitoras para todos os gêneros.
A pecuarista Ana Guimarães, 41, disse que compra ao menos um livro por mês, principalmente romance. "As mulheres realmente leem mais. Na minha família, só as mulheres é que são leitoras."
Em relação à faixa etária, o perfil do leitor de Ribeirão é sazonal: na volta às aulas, predominam jovens de 18 a 25 anos, enquanto no restante do ano frequentam a loja mais pessoas entre 25 e 50 anos.
Já os mais jovens buscam os livros da moda, como a saga dos vampiros da escritora Stephanie Meyer.
É o caso de Larissa Macedo, 13. Ela procurava na semana passada, na Fnac, novos títulos depois de já ter lido "Crepúsculo", "Lua Nova", "Eclipse" e "Amanhecer", todos de Meyer. "Gosto muito de ler. Venho de Orlândia para ver as livrarias daqui", disse.
Uma tendência em Ribeirão é a migração das livrarias do centro para os shoppings. Foi o que ocorreu com a Paraler, que estava instalada na rua Barão do Amazonas, e com a Saraiva, que ficava na Álvares Cabral.
Segundo o diretor da Paraler, Eduardo Baracchini, o conforto atrai o cliente para o shopping. "Tem a facilidade de estacionamento, por exemplo", disse.
Sem megalivrarias, predominam no centro os sebos de livros usados e as bibliotecas públicas.


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