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Lojas do centro mudam para shoppings e dão lugar aos sebos
DA FOLHA RIBEIRÃO
O fenômeno da migração de
livrarias do centro para os
shoppings provocou outro movimento no centro de Ribeirão
Preto: o surgimento de sebos. A
vantagem desses locais é a venda de livros, a maioria em bom
estado, pela metade do preço
de uma loja convencional.
A cidade tem pelo menos sete
sebos, principalmente na região central. Um deles é o Sebo
da Nove, na avenida Nove de
Julho, criado há quatro anos. O
acervo da loja tem de 50 a 60
mil livros, revistas, gibis, CDs e
DVDs. Há também livros de
medicina e direito.
Antonio Augusto de Falco,
64, dono da loja, faz parte de
uma família que administra outros sebos na cidade. Ele diz
que o mercado de livros usados
cresceu nos últimos anos.
Segundo Falco, o público é
diferenciado, mas procura literatura nacional e estrangeiras,
além de livros infanto-juvenis
de autores como Ziraldo. "Tem
cliente que ainda tem preconceito com o sebo, só frequenta
shopping. Mas lá é mais o livro
da moda, enquanto aqui a pessoa encontra os títulos mais
clássicos", afirmou.
O funcionário público Rosenvaldo Simões, 39, é um dos
clientes fieis de sebos. "É um
ambiente que frequento desde
pequeno. Hoje, compro até livros de sebo pela internet."
Outro polo de leitura no centro de Ribeirão são as duas bibliotecas públicas. Com 106
anos, a Padre Euclides tem um
acervo de 13 mil livros. O local
recebe cerca de 60 pessoas por
dia, mas mais da metade só está
interessado em ler jornais.
Há dois anos, a Padre Euclides começou a emprestar livros, principalmente de literatura. Depois de um longo período com infiltrações na parede que ameaçavam o acervo, uma
verba do Estado permitiu a reforma da biblioteca.
Outra opção de leitura é a biblioteca Altino Arantes, com 40
mil livros, sendo 30 mil de literatura. O local recebe 150 pessoas por dia. Segundo o administrador José Carlos Gomes, o
público procura romances e
jornais e trocou as enciclopédias pela internet. "Os alunos
deixaram de vir aqui para fazer
seus trabalhos escolares."
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