Ribeirão Preto, Terça-feira, 26 de Janeiro de 2010

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Ribeirão tem duas suspeitas de dengue hemorrágica

Mulher morre no Beneficência com sintomas; homem está internado no HC

Município chegou ontem a 266 casos de dengue em janeiro, segundo maior volume para o mês desde o ano 2000


Márcia Ribeiro/Folha Imagem
Agente do Controle de Vetores nebuliza em casa do bairro City Ribeirão, em região nobre da cidade

VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO

A Vigilância Epidemiológica de Ribeirão Preto investiga dois casos suspeitos de dengue hemorrágica. Em um deles, a doença pode ter provocado a morte de Aparecida de Paula, 63, anteontem à noite.
De Paula foi atendida no hospital Beneficência Portuguesa e teve diagnóstico de dengue confirmado pela Secretaria da Saúde de Ribeirão no último dia 21. O segundo caso suspeito é de um morador de Ribeirão que está internado na Unidade de Emergência do HC (Hospital das Clínicas).
Se confirmada, a morte será a segunda no ano, mas a primeira cujo paciente contraiu a doença em 2010. No dia 3, a vigilante Maria Auxiliadora Alves, 51, morreu por causa da variação mais grave da doença. O total de casos de dengue chegou a 266 ontem em Ribeirão, segundo maior volume dos anos 2000 para o mês de janeiro (leia texto nesta página).
Segundo Edmilson Guedes Nunes, médico emergencialista que atendeu a paciente na Beneficência, a suspeita foi levantada porque, além do resultado positivo para dengue, o laudo do Serviço de Verificação de Óbito do Cemel (Centro de Medicina Legal) apontou que a paciente morreu, entre outros fatores, por pulmão de choque (quando o órgão deixa de funcionar) e hemorragia gástrica, quadro compatível com o de dengue hemorrágica.
Cabe ao hospital notificar a Vigilância do município, o que ocorreu na manhã de ontem, e à Vigilância concluir a investigação sobre o caso.
Segundo a diretora do departamento de Vigilância em Saúde, Maria Luiza Santa Maria, só será possível ter certeza se foi dengue hemorrágica quando o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, concluir exames feitos a partir de suas vísceras. Não há prazo para conclusão, afirma.
"Ela tinha outras doenças. Era hipertensa e tinha diabetes. Então, nós não podemos afirmar nada com certeza."
De Paula foi atendida na UBDS (Unidade Básica Distrital de Saúde) do Castelo Branco todos os dias entre quinta e anteontem. "O atendimento dela foi adequado, ela foi hidratada. Tanto é que voltou para casa passando bem. A evolução do quadro foi muito rápida", disse a diretora da Vigilância.
Ribeirão passou dois anos sem mortes causadas por dengue. Em 2007, nas duas mortes registradas os pacientes tiveram complicações de saúde causadas por dengue clássica, que não provoca hemorragia.
Em 2008, o município registrou dois casos de dengue hemorrágica e, em 2009, nove.
A Secretaria da Saúde não vai alterar as ações de controle de criadouros do Aedes aegypti, nem de combate ao mosquito. Isso porque a região da Lagoinha, onde a paciente morava, já foi vistoriada e o prazo de validade das ações ainda está em vigor. A dengue é transmitida pela picada do mosquito, que se reproduz onde há acúmulo de água limpa e parada.


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