Ribeirão Preto, Sábado, 26 de Fevereiro de 2011

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Restauração de patrimônio pede ao menos R$ 41,6 mi

Maior parte das obras deve ficar só no papel, já que não há verba disponível

Orçamento total da Secretaria Municipal da Cultura de Ribeirão para o ano de 2011 é de R$ 8,9 milhões


ARARIPE CASTILHO
DE RIBEIRÃO PRETO

As obras para recuperação do patrimônio histórico de Ribeirão Preto precisam de, pelo menos, R$ 41,6 milhões para intervenções em sete espaços. O valor total, porém, é ainda maior, já que há itens ainda não orçados pela Secretaria da Cultura.
A maior parte das ações pode ficar só no papel, já que estão condicionadas à captação de recursos externos e o município não tem dinheiro próprio para bancar as obras. O Orçamento da Cultura para 2011 é de R$ 8,9 milhões.
Até agora, em dois anos de mandato da gestão Dárcy Vera (DEM), apenas R$ 550 mil foram aplicados em dois espaços -R$ 330 mil no morro São Bento e R$ 220 mil no Museu do Café.
Um dos projetos de maior custo para a restauração envolve o complexo dos galpões da Cianê, na antiga tecelagem das Indústrias Reunidas Matarazzo. A recuperação completa está orçada em R$ 23 milhões.
O governo municipal planeja ocupar os 39 mil m2 com a biblioteca Guilherme de Almeida, o Instituto do Livro, o MIS (Museu de Imagem e Som). A ideia é que o espaço receba atividades culturais ao menos por duas décadas.
Há ainda um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) firmado em 2004 entre o município e o Ministério Público que impõe que o local abrigue o Arquivo Histórico, um memorial da fábrica e a Associação dos Moradores do Campos Elíseos.
Na lista de R$ 41,6 milhões há ainda projetos para os galpões da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), orçado em R$ 6 milhões, do casarão da Caramuru (R$ 5 milhões) e o Museu Histórico (R$ 4 milhões).
Intervenções de menor valor constam na relação que a Secretaria da Cultura batizou de roteiro histórico do café. Entre elas a restauração do Mercado Municipal, de R$ 1,5 milhão, o Teatro de Arena (R$ 1,3 milhão) e a Casa da Cultura -R$ 800 mil.
No Mercadão, por exemplo, estão previstas obras de revitalização arquitetônica na parte externa que devem custar R$ 500 mil e remodelação do interior do prédio, numa segunda etapa orçada em R$ 1 milhão.
Ações na rua José Bonifácio, na praça Schmidt (memorial da Jerônimo Gonçalves), em Bonfim Paulista e no centro de Ribeirão não tiveram custo estimado ou são "incalculáveis", disse a titular da Cultura, Adriana Silva.
Ela disse que o município tem trabalhado para angariar recursos para financiar as obras e que, a partir deste ano, os processos devem ser "naturalmente" agilizados (leia texto nesta página).

DESCUIDO
A metade dos ribeirão-pretanos acredita que outras cidades da região cuidam melhor de seu patrimônio arquitetônico e histórico do que Ribeirão, que ficou conhecida como uma das capitais do café no início do século 20.
Essa constatação foi feita pelo próprio governo municipal na primeira parte do inventário de referências culturais. O levantamento foi divulgado no final do ano passado pela prefeitura.
O inventário foi realizado nos padrões do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) para classificar manifestações culturais.


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