Ribeirão Preto, Sexta-feira, 26 de Março de 2010

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Teste rápido voltará após pico da epidemia de dengue

Suspenso em Ribeirão, exame vai retornar quando total de casos desacelerar

De acordo com a Vigilância Epidemiológica, objetivo é controlar a circulação da doença e orientar a ação do controle de vetores

LEANDRO MARTINS
DA FOLHA RIBEIRÃO

Para controlar de forma mais precisa a situação da epidemia de dengue em Ribeirão Preto, o exame rápido para detecção da doença vai voltar a ser feito quando o pico de transmissão for superado e os caso começarem a desacelerar. "Será necessário para ver onde [a doença] continuará circulando e para ajudar no trabalho do controle de vetores", disse a chefe da Vigilância Epidemiológica, Ana Alice de Castro e Silva.
O teste rápido, conhecido como NS1, foi suspenso no início de março, quando a dengue ganhou status oficial de epidemia em Ribeirão. A detecção passou a ser feita por meio de diagnóstico clínico, com avaliação dos sintomas e também com o teste do laço -feito com uma borracha amarrada ao braço para detecção de edemas.
A chefe da Vigilância Epidemiológica disse que, mesmo com a suspensão do teste rápido, não há risco de o número de casos confirmados estar superestimado. "Se passou um caso ou outro [de confirmação errada de dengue], é algo insignificante diante da situação."
O pico de transmissão da dengue, porém, ainda não dá mostras de ter chegado, já que o número de casos continua subindo de forma acelerada. Até ontem, foram confirmados 6.384, 193 em um dia.
Quando se avalia a evolução semanal de casos, a curva ascendente de transmissão fica evidente. A primeira semana de 2010 começou com 29 casos e atingiu a casa dos 800 no final de fevereiro e início de março.
Como o número de doentes cresceu rápido, o trabalho de digitação dos resultados dos exames, nas últimas duas semanas, está desatualizado (veja quadro nesta página).

Sorotipos
Os dados da Secretaria da Saúde sobre a cronologia da dengue na cidade revelam que, desde 1990, quando Ribeirão teve a primeira epidemia, três sorotipos circularam -existem quatro variações da doença.
De 1990 a 1997, o sorotipo 1 foi o único detectado. Em 1998, o tipo 2 chegou e, em 2003, foi a vez do sorotipo 3. Na epidemia atual, o tipo 1 retornou, após ficar "adormecido" desde os anos 1990. Isso contribuiu para o aumento de casos, pois muitas pessoas são suscetíveis ao tipo 1 -o paciente só fica imune à variação da doença que já teve.


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